Explicabilidade e contraditório algorítimico nas decisões automatizadas no setor público: as decisões em processos apoiados em algoritmos e o problema da redução da realidade a dados

Palavras-chave: Decisão automatizada, Contraditório algorítmico, Explicabilidade, Opacidade, Inteligência Artificial

Resumo

Diante da produção cada vez mais crescente de decisões automatizadas, sejam intermediárias ou finais, durante processos administrativos ou judiciais, o presente trabalho tem enquanto problema de pesquisa: de que forma as decisões automatizadas, em observância ao princípio da publicidade, estão sendo explicadas, isto é, tem sua lógica de programação tornada pública e transparente? Além disso, em razão da necessidade de se respeitar o princípio do contraditório, uma vez que essas decisões automatizadas podem afetar direitos ou ocasionar obrigações, de que forma se tem garantido aos interessados o direito de influenciar o resultado do processamento algorítmico? O objetivo geral consiste em investigar de que forma as decisões automatizados no âmbito de processos administrativos e judiciais que se apoiam em algoritmos têm buscado oferecer explicabilidade em respeito ao princípio da publicidade, bem como de qual maneira tem sido oportunizado ao interesse a possibilidade de influenciar no resultado do processamento automatizado algorítmico dessas decisões, em respeito ao princípio do contraditório. A pesquisa adota o método dedutivo e enquanto técnicas de pesquisa será utilizada de consulta à legislação e à literatura científica, bem como à documentação indireta, especialmente, registros e informações relacionados a casos de utilização de algoritmos para produção de decisões automatizadas no âmbito de processos administrativos e judiciais setor público apoiados em algoritmos.  As conclusões desse trabalho demonstram a distinção entre algoritmo simples e algoritmo de Inteligência Artificial; as diferentes tipologias de decisões nos processos digitais: decisão humana, decisão híbrida e decisão algorítmica; o dever de explicabilidade quanto ao momento: prévia (ex ante), concomitante e posterior (ex post); e, por fim, a existência do dever de garantia ao contraditório algorítmico na legislação brasileira no âmbito de processos administrativos e judiciais apoiados em algoritmos.

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Biografia do Autor

André Afonso Tavares, Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC

Doutorando em Direito pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade de Santa Cruz do Sul/RS - UNISC. Mestre em Direito. Especialista em Direito Público e em Auditoria Governamental. MBA em Ciência de Dados. Graduado em Direito, em Ciências Contábeis e em Engenharia de Software. Advogado. Bolsista do Programa UNIEDU/Estado de Santa Catarina.

Caroline Müller Bitencourt, Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC

Professora do Programa de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado da Universidade de Santa Cruz do Sul (Santa Cruz do Sul-RS, Brasil). Estágio Pós-Doutoral em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Doutora e Mestra em Direito pela UNISC. Especialista em Direito Público. Membro da Rede Docente Eurolatinoamericana de Direito Administrativo. Membro da Rede de Direito Administrativo Social. Presidente do Comitê de Direitos Humanos da Universidade de Santa Cruz do Sul. Coordenadora do Grupo de pesquisa Controle Social e Administrativo de Políticas Públicas e Serviço Público, vinculado ao CNPq.

José Sérgio da Silva' Cristóvam, Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC

Professor Adjunto de Direito Administrativo na Graduação, Mestrado e Doutorado da UFSC. Doutor em Direito Administrativo pela UFSC (2014), com estágio de Doutoramento Sanduíche junto à Universidade de Lisboa – Portugal (2012). Mestre em Direito Constitucional pela UFSC (2005). Profesor invitado de la Universidad de Buenos Aires (Argentina), de la Universidad Autónoma de Nuevo León (México) y de la Universidad Andina Simón Bolívar (Ecuador). Membro fundador e Presidente do Instituto de Direito Administrativo de Santa Catarina (IDASC), membro efetivo da Asociación Internacional de Derecho Administrativo (AIDA), de la Asociación Mexicana de Derecho Administrativo (AMDA) y de la Red Eurolatinoamericana de Docentes de Derecho Administrativo (REDOEDA). Coordenador do Grupo de Estudos em Direito Público do CCJ/UFSC (GEDIP/CCJ/UFSC) e membro da Rede de Pesquisa em Direito Administrativo Social (REDAS) e da Red de Derecho Administrativo Contemporaneo (REDAC). Advogado publicista em Santa Catarina

 

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Publicado
2024-12-30