PROTEGER PARA PERPETUAR A MEMÓRIA ARQUEOLÓGICA: A SALVAGUARDA DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO PRÉ-HISTÓRICO NACIONAL E OS TERMOS DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA (TAC’S) VIA IPHAN NO CONTEXTO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONCERTADA

  • Jane Hilda Badaro UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ https://orcid.org/0009-0008-4564-1406
  • José Sérgio da Silva Cristóvam Universidade Federal de Santa Catarina
Palavras-chave: Proteção ao Patrimônio Cultural., Patrimônio Pré-Histórico., Termo Ajustamento Conduta e o IPHAN., Administração Pública concertada.

Resumo

O artigo discute acerca da importância da proteção do patrimônio arqueológico pré-histórico nacional – que por sua vez integra o patrimônio cultural brasileiro –, desde a sua dimensão constitucional e a sua condição político-normativa de direito fundamental. O objetivo da pesquisa está em debater esta ordem de proteção no contexto da consensualidade, analisando as bases teóricas que fundamentam a importância da respectiva salvaguarda com enfoque na utilização do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) como ferramenta protetiva, com os seus eventuais aspectos positivos e também suas externalidades negativas. A problemática da pesquisa consiste em perquirir se, dado que os bens arqueológicos pré-históricos não são renováveis e, portanto, uma vez perdidos, não podem mais ser recuperados, a utilização de TAC na arqueologia poderia redundar em mecanismo de menor rigor quanto às barreiras colocadas pelo licenciamento ambiental, mais prejudicando do que beneficiando a salvaguarda do patrimônio arqueológico, ou se, por outro lado, as medidas para minimizar ou compensar os danos que nele são negociados contribuem efetivamente para sua proteção. Considerando o material colhido e analisado na pesquisa, verificou-se que a utilização do TAC é recorrente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e o seu uso apresenta alguns pontos disformes, mas também enseja benefícios importantes. A natureza consensual do TAC está no contexto da Administração Pública concertada, cujas manifestações vão além das formas contratuais típicas. A título de conclusão, é preciso ir além do instrumento consensual estudado, pois, a fragilidade protetiva em que atualmente se encontra o patrimônio arqueológico pré-histórico nacional impõe se avançar para o desenho institucional, execução e acompanhamento de uma articulada política pública de proteção capaz de dar maior efetividade ao arcabouço legislativo protetivo existente, e assim garantir a preservação deste patrimônio de modo a salvaguardá-lo para as gerações vindouras. Com políticas públicas eficientes, menores os riscos de danos, menores os danos, menos TAC e bens patrimoniais melhor preservados. A pesquisa possui abordagem exploratória e qualitativa, e o método é o dedutivo, com a consulta a fontes bibliográficas, dissertações de mestrado e doutorado, artigos publicados em revistas e plataformas digitais e análise da legislação brasileira relacionada ao tema.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jane Hilda Badaro, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

Professora Assistente do Departamento de Ciências Jurídicas da Universidade Estadual de Santa Cruz –UESC. Mestre em Direito Privado pela Universidade Federal de Pernambuco- UFPE. Doutoranda em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina.  Coordenadora e professora (Prática Jurídica) do Escritório Modelo do Curso de Direito da UESC – ESAD. Advogada inscrita na OAB/Ba subseção Ilhéus. Integrante do GPEHD – Coordenadora da linha de pesquisa “Salvaguarda do Patrimônio Arqueológico. Histórico, arquivístico e cultural em perspectiva antropológica e dogmática. Coordenadora Projeto de Pesquisa Antropologia Jurídica, Patrimônio Cultural, Memórias e Direitos dos Povos Tradicionais: Avanços e Retrocessos (UESC). Membro da Academia de Letras de Ilhéus e da Academia de Letras Jurídicas de Ilhéus. Lattes: http://lattes.cnpq.br/8169035901942775 - ORCID https://orcid.org/0009-0008-4564-1406  - E-mail:jhmbadaro@uesc.br

José Sérgio da Silva Cristóvam, Universidade Federal de Santa Catarina

Professor Adjunto de Direito Administrativo na Graduação, Mestrado e Doutorado da UFSC. Doutor em Direito Administrativo pela UFSC (2014), com estágio de Doutoramento Sanduíche junto à Universidade de Lisboa – Portugal (2012). Mestre em Direito Constitucional pela UFSC (2005). Profesor invitado de la Universidad de Buenos Aires (Argentina), de la Universidad Autónoma de Nuevo León (México) y de la Universidad Andina Simón Bolívar (Ecuador). Membro fundador e atual Presidente do Instituto de Direito Administrativo de Santa Catarina (IDASC), membro efetivo da Asociación Internacional de Derecho Administrativo (AIDA) y de la Asociación Mexicana de Derecho Administrativo (AMDA). Coordenador do Grupo de Estudos em Direito Público do CCJ/UFSC (GEDIP/CCJ/UFSC) e membro da Rede de Pesquisa em Direito Administrativo Social (REDAS), da Red Internacional de Derecho Administrativo Contemporáneo (REDAC) e da Red Docente Eurolatinoamericana de Derecho Administrativo (REDOEDA). Advogado publicista em Santa Catarina. ORCID: http://orcid.org/0000-0001-8232-9122 - E-mail: jscristovam@gmail.com

Publicado
2023-12-28