AS AVALIAÇÕES DE IMPACTO COMO INSTRUMENTOS DE INTELIGIBILIDADE ALGORÍTMICA E GARANTIA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS NA REGULAÇÃO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Palavras-chave: Inteligência Artificial, Transparência Algorítmica, Inteligibilidade, Avaliações de Impacto, IA Explicável

Resumo

No contexto da discussão acerca da ética aplicada ao uso de sistemas de inteligência artificial, destaca-se a necessidade de transparência no processo decisório que envolva ou afete a vida humana. Tais algoritmos de aprendizado apresentam um potencial discriminatório que afeta diretamente direitos fundamentais, de forma que há uma movimentação de diversos atores para definição de parâmetros inerentes a uma IA responsável. O presente estudo parte dessa premissa para buscar fornecer subsídios à aplicação prática da transparência em sistema de IA, a partir da contextualização do conceito de inteligibilidade nos instrumentos de avaliação de impacto dessas tecnologias e de processos que envolvam dados pessoais. Para tanto, o presente estudo valeu-se da metodologia de revisão de literatura, a partir de pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa, para: contextualizar a discussão acerca sobre vetores éticos da IA ao panorama sobre discriminação algorítmica; abordar a conceituação de opacidade, transparência, inteligibilidade e explicabilidade, fazendo correlação com o movimento de IA Explicável; e analisar a estrutura dos instrumentos de avaliação de impacto para correlacioná-los à proteção de direitos fundamentais. Obteve-se como resultado principal que o conceito de explicabilidade como a interface entre sistema inteligente e ser humano, para ser atrelado a um instrumento de avaliação de impacto, precisa partir da premissa de que há uma gama de abordagens interativas, o que se convenciona denominar de multicamadas, viabilizando uma governança social dos algoritmos e promovendo direitos fundamentais no contexto tecnológico.

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Biografia do Autor

Luis Henrique de Menezes Acioly, Centro Universitário Ruy Barbosa

Graduado em Direito pelo Centro Universitário Ruy Barbosa (UniRuy). Pesquisador junto ao Grupo de Estudos em Tecnologia, Informação e Sociedade da UNIFOR – GETIS/CNPq. Vice-Presidente do Laboratório de Inovação e Direitos Digitais da UFBA - LABID². Pesquisador em Grupo de Pesquisa "Conversas Civilísticas" da UFBA. Treinee junto ao Chezzi Advogados.

Isabelle Brito Bezerra Mendes, Universidade Federal do Ceará

Mestranda em Direito Constitucional pela UFC. Pós- Graduanda em Proteção de Dados e Governança Digital pela UNIFOR. Pesquisadora no Grupo de Estudos em Tecnologia, Informação e Sociedade (GETIS). Advogada. Tax Consultant na EY.

João Araújo Monteiro Neto

PhD em Direito pela Universidade de Kent no Reino Unido. Curso de Aperfeiçoamento em Resposta a Incidentes pela Organização dos Estados Americanos em parceria com o Instituto de Ciberseguridade da Espanha (INCIBE) e a Universidade de Leon na Espanha. Ex pesquisador da Universidade de Malta e Voluntário no Mandato do Relator Especial da ONU para o Direito a Privacidade. Professor de Direito Digital, Proteção de Dados Pessoais e Engenharia Jurídica no curso de Direito da Universidade de Fortaleza. Advogado especializado em Proteção de Dados e Privacidade, Presidente da Comissão de Direito Digital da OAB/CE. Certified Information Privacy Professional/Europe (CIPP/E) pela International Association of Privacy Professionals (IAPP) e Privacy Fellow pela Onetrust. Coordenador do Grupo e Estudos de Estudos em Tecnologia, Informação e Sociedade - GETIS e com atividades nas áreas de Direito da Tecnologia da Informação, Governança e Regulação da Internet, Digital Human Rights, Privacidade e Proteção de Dados Pessoais, Inteligência Artificial e Cibersegurança.

Publicado
2023-12-28