Uma escrita de si como fala do outro: reflexões a partir da escrita de Carolina Maria de Jesus
Resumo
No contexto cultural contemporâneo, discutir dentro do espaço escolar público o “lugar” do pobre, do negro, da mulher e das minorias através do texto literário representa um caminho para a descolonização do discurso hegemônico no âmbito educacional e para uma forma plural de conhecer, reconhecer e produzir saberes. Portanto, investigar formas de mediação discursiva que a obra Quarto de despejo: diário de uma favelada (de Carolina Maria de Jesus) possibilita dentro do processo de ensino e aprendizagem da literatura é uma forma de desconstrução do discurso colonizador e um mecanismo de consolidação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. A construção de um espaço de reflexão sobre a abordagem da teoria da descolonização do saber, do currículo escolar e de alguns teóricos que tratam da linguagem numa perspectiva pós-estruturalista, formam um campo de possibilidades de desconstrução de significados impostos e que são fixados no interior do discurso do currículo escolar. Essa reflexão é fundamental para compreender como essas teorias podem servir enquanto intervenção empírica na produção de oficinas literárias, tendo como texto base a obra de Carolina Maria de Jesus, que poderão ser utilizadas por professores no estudo do texto literário.Downloads
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