A ficção como rota de fuga: transgressão da fronteira entre o real e o imaginário na arte e na narrativa de Paisagem com dromedário (2010)
Resumo
Para muitos indivíduos, a ficção pode representar uma possibilidade de vida e de felicidade, sendo construída, ao contrário do que comumente se pensa, a partir não de uma fantasia, mas da ressignificação de elementos de uma realidade dura e insuportável. Este trabalho busca investigar, a partir do romance Paisagem com Dromedário (2010), de Carola Saavedra e de sua personagem Érika, como a ficção pode transcender as barreiras artísticas e estabelecer uma (re)construção de memórias afetivas e, consequentemente, identitárias nos indivíduos que, motivados por um trauma pessoal, acabam encontrando na fusão entre o plano real e o imaginário um modo de sustentar sua existência. Com base na teoria dos “não lugares” de Marc Augé, procuramos entender a conjuntura dos espaços contemporâneos em que se dá esse processo e, a partir da teoria de Karlheinz Stierle sobre a ficção, procuramos elucidar de que forma Érika opera um ato auto ficcional de reconstrução da própria vida e identidade. Além disso, propondo uma aproximação entre sua atitude e a do ato da própria escrita, buscamos verificar como a literatura/ficção se inscreve no lugar da construção do possível e não apenas como reprodução da realidade trágica.
Downloads
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a-Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista
b-Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c-Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).