A ficção como rota de fuga: transgressão da fronteira entre o real e o imaginário na arte e na narrativa de Paisagem com dromedário (2010)

  • Luiza Puntar Muniz Barreto

Resumo

Para muitos indivíduos, a ficção pode representar uma possibilidade de vida e de felicidade, sendo construída, ao contrário do que comumente se pensa, a partir não de uma fantasia, mas da ressignificação de elementos de uma realidade dura e insuportável. Este trabalho busca investigar, a partir do romance Paisagem com Dromedário (2010), de Carola Saavedra e de sua personagem Érika, como a ficção pode transcender as barreiras artísticas e estabelecer uma (re)construção de memórias afetivas e, consequentemente, identitárias nos indivíduos que, motivados por um trauma pessoal, acabam encontrando na fusão entre o plano real e o imaginário um modo de sustentar sua existência. Com base na teoria dos “não lugares” de Marc Augé, procuramos entender a conjuntura dos espaços contemporâneos em que se dá esse processo e, a partir da teoria de Karlheinz Stierle sobre a ficção, procuramos elucidar de que forma Érika opera um ato auto ficcional de reconstrução da própria vida e identidade. Além disso, propondo uma aproximação entre sua atitude e a do ato da própria escrita, buscamos verificar como a literatura/ficção se inscreve no lugar da construção do possível e não apenas como reprodução da realidade trágica.

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Publicado
2015-12-17
Como Citar
Barreto, L. P. M. (2015). A ficção como rota de fuga: transgressão da fronteira entre o real e o imaginário na arte e na narrativa de Paisagem com dromedário (2010). Litterata: Revista Do Centro De Estudos Hélio Simões, 3(2), 133-144. https://doi.org/10.36113/litterata.v3i2.858
Seção
Dossiê temático