O conhecimento sintético a priori da moralidade
Resumo
Este artigo examina o impacto do problema de causalidade na filosofia moral de Kant, mais especificamente a influência de Hume na visão de Kant sobre o livre arbítrio. Em uma investigação sobre o entendimento humano, Hume argumenta que não podemos saber apenas por meio de nossas capacidades intelectuais que efeito um determinado evento trará sem uma base empírica. A causalidade, portanto, equivale apenas a um hábito, que não tem fundamento lógico. Este é o primeiro problema levantado por Hume, ao qual Kant dedica grande parte de sua Crítica da razão pura. Um segundo problema tem a ver com a questão da liberdade, particularmente o dilema colocado pelo determinismo, que consiste na aparente impossibilidade de saber se nossas ações são ou não uma conseqüência das escolhas livres. Kant procura responder a este segundo problema em sua filosofia moral, notadamente nos Fundamentos da metafísica da moral e na Crítica da razão prática. Afirmo que em Kant o conceito de "transcendental" é a chave não apenas para responder ao problema teórico da causalidade, mas também para enfrentar o problema prático da liberdade. O que distingue o exame moral de Kant é precisamente uma análise crítica da razão. Seu projeto moral faz parte de um projeto crítico abrangente, em que o conhecimento teórico e prático está entrelaçado.
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