Ensinar a argumentar na sociedade contemporânea: possibilidades e desafios teórico-práticos

Palavras-chave: Argumentação, Perspectivas teórico-práticas, Multidimensionalidade, Ensino-aprendizagem, Práticas pedagógicas

Resumo

Como o ensino e a aprendizagem de argumentação pode oferecer contribuições para a formação de sujeitos críticos na tomada da palavra em esfera pública e promove ações democráticas, este artigo parte de uma revisão de literatura para identificar as perspectivas que podem ser privilegiadas por ações escolares que objetivem promover práticas argumentativas integradoras em aulas de língua portuguesa. Os resultados obtidos indicam que antes da organização dos Parâmetros Curriculares Nacionais e da Base Nacional Comum Curricular, no Brasil, a perspectiva lógica era mais recorrente. Contudo, com a divulgação desses documentos orientadores, observou-se que as perspectivas retórica, sociointeracional e semiolinguística passam a se destacar significativamente, o que subsidia a proposta didático-pedagógica descrita ilustrativamente. A investigação concluída indica que a ênfase na multidimensionalidade argumentativa colabora com uma formação discente plural e favorável à participação social.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Isabel Cristina Michelan Azevedo, Universidade Federal de Sergipe

Docente da Universidade Federal de Sergipe.

Alexandre Roberto Prudente Silva Santos, Universidade Federal de Sergipe

Graduado em Letras Vernáculas pela Universidade Federal de Sergipe.

Integra do Grupo de Pesquisas em Argumentação e Retórica Aplicadas - GPARA

Referências

AZEVEDO, I. C. M. Organização de texto dissertativo-argumentativo em prosa: o que se percebe em dez anos de realização do ENEM? In: SILVA, L. R. S.; FREITAG, R. M. Ko. (org.). Linguagem, interação e sociedade - Diálogos sobre o ENEM. João Pessoa: Editora CCTA, 2015. p. 32-50.

AZEVEDO, I. C. M.; DAMACENO, T. M. S. S. Desafios do BNCC em torno do ensino de língua portuguesa na educação básica. Revista de Estudos de Cultura, Itabaiana, n. 7, p. 83-92, 2017.

AZEVEDO, I. C. M.; SANTOS, E. S. Múltiplas perspectivas para o ensino de argumentação na educação básica brasileira. In: 10 ENCONTRO INTERNACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES, 11/ FÓRUM PERMANENTE DE INOVAÇÃO EDUCACIONAL, 10, 2017, Aracaju. Anais [...], 2017.

AZEVEDO, I. C. M.; SANTOS, E. S. Desenvolver a competência argumentativa na escola: um desafio para o professor de língua portuguesa. In: AZEVEDO, I. C. M.; PIRIS, E. L. (org.). Discurso e argumentação: fotografias interdisciplinares. v. 2. Coimbra: Grácio Editor, 2018. p. 63-80.

AZEVEDO, I. C. M. Práticas pedagógicas e ensino de argumentação em aulas de língua portuguesa. In: GONÇALVES-SEGUNDO, P. R.; PIRIS, E. L. (org.). Estudos de linguagem, argumentação e discurso. São Paulo: Pontes Editores, 2021. p. 155-188.

AZEVEDO, I. C. M. et al. Dez questões para o ensino de argumentação na educação básica: fundamentos teórico-práticos. Campinas, SP: Pontes Editores, 2023.

BARBISAN, L.; CAMINHA, H. M.; TEIXEIRA, T. M. Refutação e escola: da recepção argumentativa à produção refutativa. Letras de Hoje, [S. l.], v. 23, n. 4, 1988.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua Portuguesa. Ensino Fundamental. Brasília, MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2018.

COSTA, I. B. Prática de texto e argumentação. Revista Letras, Curitiba, v. 43, p. 71-81, 1994.

DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros em expressão oral e escrita – elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). In: DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização de Roxane Rojo e Glais Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p. 41-70.

EWERT, O. The Attitudinal Character of Emotion. In: ARNOLD, M. B. (ed.). Feelings and Emotions. 2. ed. New York: Academic Press, 1972. p. 233-240.

FERREIRA, S. S. M.; FRANÇA, J. M. E S. Só se aprende a fazer, fazendo! desenvolvendo as competências argumentativas dos discentes: o trabalho com o gênero textual artigo de opinião. Revista do GELNE, Natal, v. 24, n. 2, p. 84–99, 2022. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/28918. Acesso em: 03 jul. 2023.

GIERING, M. E. Orientações para o trabalho de argumentação escrita na escola numa perspectiva semiolinguística. Letras de Hoje, [S. l.], v. 38, n. 3, 2013. Disponível em: https://bit.ly/3A8Em80. Acesso em: 3 jul. 2023.

GRÁCIO, R. A. Para uma teoria geral da argumentação: questões teóricas e propostas didáticas. 2010. 434 f. Tese (Doutoramento em Ciências da Comunicação, área Semiótica da Comunicação) – Universidade do Minho, Minho, 2010.

GRÁCIO, R. A. Perspectivismo e argumentação. Coimbra: Grácio Editor, 2013.

GRÁCIO, R. A. A argumentação na interação. Coimbra: Grácio Editor, 2016.

MARTINS, E. C.; SANTOS, G. L. O desenvolvimento da capacidade de argumentação em mídias sociais digitais: o uso pedagógico do whatsapp. ETD - Educação Temática Digital, [S. l.], v. 20, n. 1, p. 137–152, 2018. Disponível em: https://bit.ly/3UgIytd. Acesso em: 3 jul. 2023.

MEYER, M. Prefácio. In: ARISTÓTELES. Retórica das paixões. Introdução, notas e tradução: Isis Borges B. da Fonseca. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. XVII-LI.

PERELMAN, Ch.; OLBRECHTS-TYTECA, L. Tratado de argumentação: a nova retórica. Tradução: Maria E. G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

PESSOA, M. A. Q. Argumentação em sala de aula: leitura e produção textual a partir de textos jornalísticos. 2002. 218 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.

PIRIS, E. L. O ensino de argumentação como prática social de linguagem. In: GONÇALVES-SEGUNDO, P. R. et al. (org.). Estudos de linguagem, argumentação e discurso. Campinas, SP: Pontes Editores, 2021. p. 135-153.

SILVA, C. R. Produção textual na escola: a argumentação em foco. 2008. 119 f. Dissertação (Mestrado em Língua Portuguesa) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2008.

VIDON, L. N. A proposta de redação do ENEM e a velha dissertação: uma relação problemática. Raído, Dourados, v. 11, n. 25, p. 78-88, jul. 2017. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/Raido/article/view/6465. Acesso em: 01 ago. 2023.

VIDON, L. N. A permanência da dissertação escolar nos exames vestibulares: o caso do ENEM. In: AZEVEDO, I. C. M.; PIRIS, E. L. (org.) Discurso e Argumentação: fotografias interdisciplinares. v. 2. Coimbra: Grácio Editor, 2018. p. 31-44.

XAVIER, G. R. S.; SIQUEIRA, S. R. Pensar por si e dizer o que pensa: o ensino da argumentação e a formação de sujeitos autônomos. Entrepalavras, Fortaleza, ano 9, v. 9, n. 1, p. 72-92, 2019.

WENZEL, J. Perspectives on argument. In: BENOIT, William; HAMPLE, Dale; BENOIT, Pamela (eds.). Readings in argumentation. New York: Foris, 1992. p. 121-143.

Publicado
2024-12-25
Como Citar
Azevedo, I. C., & Santos, A. (2024). Ensinar a argumentar na sociedade contemporânea: possibilidades e desafios teórico-práticos. Revista Eletrônica De Estudos Integrados Em Discurso E Argumentação, 24(3), 157-176. https://doi.org/10.47369/eidea-24-3-4345
Seção
Artigos