Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação https://periodicos.uesc.br/index.php/eidea <p style="text-align: justify;"><em>EID&amp;A</em> é um periódico pertencente à área das Ciências da Linguagem e, especificamente, ao campo de investigação da argumentação, que publica quadrimestralmente (abril, agosto e dezembro) artigos inéditos, entrevistas e resenhas críticas sobre os estudos da interface entre discurso e argumentação.&nbsp;<em>EID&amp;A</em> encaminha para dupla avaliação cega por pares os artigos inéditos e as resenhas críticas, enquanto seus editores são os responsáveis pela avaliação dos textos que serão publicados na seção "Entrevista".&nbsp;Os autores (até três por submissão) podem submeter seus trabalhos independentemente de sua titulação acadêmica.</p> EID&A - Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação pt-BR Revista Eletrônica de Estudos Integrados em Discurso e Argumentação 2237-6984 <p>Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: </p><p>Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a <a href="https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/">Licença Creative Commons Attribution</a> que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.</p><p>Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.</p><p>Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja <a href="http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html" target="_new">O Efeito do Acesso Livre</a>).</p><p><img src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc/4.0/88x31.png" alt="Licença Creative Commons" /></p> Modelos de análise da argumentação legislativa e justificação do PL das Fake News https://periodicos.uesc.br/index.php/eidea/article/view/4058 <p style="font-weight: 400;">O trabalho analisa a justificação legislativa apresentada para a aprovação do Projeto de Lei nº 2.630/2020 (PL das <em>Fake News</em>) no Senado Federal. Explica-se que as atas taquigráficas que consolidam o debate parlamentar são uma das melhores fontes para conhecer as razões legislativas. Expõe-se que a argumentação para a elaboração das leis apresenta peculiaridades e complexidades adicionais, se comparada à argumentação judicial, pelo que é necessário um modelo de análise específico para seu exame. O trabalho tem uma parte teórica e uma prática (ou empírica). Na primeira, a partir do método sistemático-dedutivo, faz-se uma revisão da literatura e usam-se referências da literatura disponível para construir um modelo de análise em dez passos. Na segunda, procede-se ao o exame da discussão parlamentar no PL das <em>Fake News </em>a partir da ata da sessão deliberativa de 30 de junho de 2020.</p> Roberta Simões Nascimento ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-23 2024-06-23 24 1 1 27 10.47369/eidea-24-1-4058 Ethé em (dis)curso https://periodicos.uesc.br/index.php/eidea/article/view/4068 <p>Este trabalho, ancorando-se, sobretudo, na teoria Semiolinguística de Análise do Discurso (Charaudeau, 2019), tem por objetivo analisar a construção do&nbsp;<em>ethos</em>&nbsp;prévio e do&nbsp;<em>ethos</em>&nbsp;discursivo de João de Deus a partir do <em>ethos</em> atribuído em relato de uma de suas vítimas concedido ao livro-reportagem "A Casa" (2020). Pela relação de força exercida em cena comunicativa, o&nbsp;<em>ethos</em>&nbsp;prévio de João de Deus (médium curandeiro) lhe confere o potencial de apagar o&nbsp;<em>ethos</em>&nbsp;efetivo (abusador) durante os rituais de cura, silenciando, consequentemente, suas vítimas e levando-as a creditá-lo pela sua legitimidade. Convocam-se a esta análise, portanto, conceitos fundamentais sobre o&nbsp;<em>ethos</em>&nbsp;como meio artístico de prova na persuasão (Charaudeau, 2018), (Maingueneau, 2008/2013), entre outros. A partir de um estudo pela ótica dos&nbsp;<em>ethé</em> identificados pelos sintagmas nominais e verbais, espera-se, então, evidenciar pelo relato da vítima as estratégias linguístico-discursivas na encenação médium-paciente que subvertem abusos sexuais em atos de cura.</p> Jean Ignacio Lima Lúcia Helena Martins Gouvêa ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-23 2024-06-23 24 1 28 47 10.47369/eidea-24-1-4068 Argumentação e explicação na constituição da Divulgação Científica Politizada (DCP) https://periodicos.uesc.br/index.php/eidea/article/view/4102 <p>Neste artigo, temos como objetivo investigar o papel da argumentação e de sua articulação com a explicação em uma prática emergente no contexto digital, que denominamos Divulgação Científica Politizada (DCP). Para isso, adotamos uma abordagem sobre a argumentação que a compreende como uma prática sociossemiótica com propriedades dialética, lógica e retórica (Gonçalves-Segundo, 2023a). Para a investigação, debruçamo-nos sobre o vídeo “Como as vacinas contra COVID-19 ficaram prontas tão rápido?”, do canal Hospital Israelita Albert Einstein, que se engaja na controvérsia sobre a segurança das vacinas contra a Covid-19. Os resultados apontam que a argumentação, no vídeo, explora a contraposição dialética para reduzir ceticismo do auditório projetado em relação a posicionamentos alinhados à ciência institucionalizada, valendo-se da explicação para ampliar a compreensão sobre os processos que constituem premissas de argumentos.</p> Gabriel Isola-Lanzoni ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-23 2024-06-23 24 1 48 80 10.47369/eidea-24-1-4102 Argumentário https://periodicos.uesc.br/index.php/eidea/article/view/4105 <p>O estudo de argumentário tem ganhado visibilidade na teoria da argumentação. Argumentários consistem em redes de argumentos organizados em torno de questões sobre uma disputa para a qual diversos argumentadores defendem seus pontos de vista sustentados por argumentos recrutados do estoque de argumentos possíveis. Neste artigo, temos como objetivo propor uma metodologia para a reconstrução dos argumentos que compõem o argumentário de determinado conflito de opinião. Mobilizaremos especialmente os conceitos de questão argumentativa, para tratar dos recortes temáticos que caracterizam aquilo sobre o que se discute, e de esquema argumentativo, que tem um papel fundamental naquilo que assumimos como unidade de composição do argumentário – o argumento. Para ilustrar a proposta para reconstrução de argumentos, contextualizaremos o conflito de opinião acerca do Escola Sem Partido, disputa a partir da qual foi depreendido um argumentário, e apresentamos detalhadamente as etapas para a reconstrução de um argumento que integra a rede.</p> Lucas Pereira da Silva Paulo Roberto Gonçalves-Segundo ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-23 2024-06-23 24 1 81 106 10.47369/eidea-24-1-4105 O texto e a tese https://periodicos.uesc.br/index.php/eidea/article/view/4107 <p>Este trabalho defende que a argumentatividade está em todo texto, em diferentes graus. No entanto, assume que é preciso se discutir mais sobre os critérios que poderiam regular essa variabilidade. Se, para Ruth Amossy (2018), os “discursos” comportam sempre uma <em>dimensão argumentativa</em>, mas só alguns têm uma <em>visada argumentativa</em>, cabe indagar, com foco em nosso objeto de análise – o texto –, o que diferencia um texto que tenha visada argumentativa de outro que não tenha. A partir da análise de dois textos, com sequências textuais dominantes distintas, justificamos nossa hipótese de que a propositura de uma tese é uma condição para que um texto seja considerado de visada argumentativa. Além disso, os textos que aqui analisamos dão indícios de que a dominância da sequência argumentativa pode não ser a única forma de fazer surgir uma tese em um dado texto.</p> Rafael Lima de Oliveira Mônica Magalhães Cavalcante ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-23 2024-06-23 24 1 107 123 10.47369/eidea-24-1-4107 Análise da doxa e a ordem discursiva https://periodicos.uesc.br/index.php/eidea/article/view/4113 <p>O objetivo deste artigo é problematizar o conceito retórico de <em>doxa</em> a partir da perspectiva dos <em>regimes de racionalidade</em>. Trata-se de uma análise da doxa em uma polêmica recente, a fim de buscar compreender como tais regimes se comportam no discurso, em termos argumentativos. A tese que aqui se defende é a de que há uma ordem discursiva de natureza dóxica, que acompanha e regimenta, de início ao fim, os argumentos apresentados por cada argumentador nessa polêmica, configurando tais argumentos em um regime argumentativo, o que pode apontar para a existência de regularidades argumentativas nos modos de argumentar de um determinado grupo, em determinado campo discursivo. A análise será empreendida, metodologicamente, com o auxílio de ferramentas retóricas e discursivas. &nbsp;</p> Rodrigo Seixas ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-23 2024-06-23 24 1 124 143 10.47369/eidea-24-1-4113 CriAÇÃO https://periodicos.uesc.br/index.php/eidea/article/view/4114 <p>O exercício da cidadania envolve saber argumentar em diversas situações e desenvolver consciência (auto)crítica para compreender os limites do próprio excedente de visão e o que, de seu lugar, o outro consegue enxergar. Nesse sentido, elaboramos um jogo de tabuleiro, denominado CriAÇÃO, que, a partir de um universo ficcional, visa contribuir para elaboração de posicionamentos acerca de temas complexos sob a perspectiva de divindades que, debatendo, decidem os rumos da civilização. Neste artigo, buscamos responder de que modo uma partida de "CriAÇÃO" constitui um evento de letramento capaz de preparar estudantes para situações em que precisem argumentar e contra-argumentar. Para tanto, respaldamo-nos na compreensão dialógica de linguagem, nos estudos de letramento de vertente sociocultural, nos estudos de argumentação interacional e em pesquisas sobre gameficação. Os resultados obtidos permitem afirmar que cada partida se configura como um evento de letramento promissor no que tange ao desenvolvimento da argumentação como prática social.</p> Aline Peixoto Glícia Azevedo Francisco Geoci da Silva ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-23 2024-06-23 24 1 144 162 10.47369/eidea-24-1-4114 Ethos Que ethos (me) interessa? https://periodicos.uesc.br/index.php/eidea/article/view/4118 <p>Este artigo apresenta a análise crítica de um levantamento sobre as temáticas abordadas em estudos sobre o ethos em programas de pós-graduação em Letras e Linguística no Brasil nos anos de 2016, 2017 e 2018, observa as mais e menos trabalhadas, relaciona-as entre si e com realidades políticas e sociais do país. Ainda busca evidenciar a importância de pesquisas sobre o ethos realizadas no (instituição do/a autor/a) entre os anos de 2019 a 2023, sobretudo aquelas que abordam temáticas ausentes no primeiro levantamento. Os resultados apontam para o privilégio de&nbsp; temas relativos a questões identitárias, políticas e sociais, com destaque para os concernentes ao ethos da mulher. Nota-se, no entanto, a ausência de pesquisas sobre o ethos de outros grupos socialmente marginalizados e em outras expressões artísticas além da música e da literatura, dentre outras possibilidades de estudo.</p> Marcia Regina Curado Pereira Mariano ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-23 2024-06-23 24 1 163 180 10.47369/eidea-24-1-4118 Situações estásicas e a gestão do ethos coletivo em deliberações do STF https://periodicos.uesc.br/index.php/eidea/article/view/4119 <p>A presente pesquisa se propõe a analisar <em>situações estásicas</em> entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que podem vir a macular o <em>ethos</em> coletivo (imagem) dos magistrados (Aristóteles, 2005; Amossy, 2010; Maingueneau, 2020). Investigamos o papel do Presidente do STF em tais situações conflituosas, propondo um diálogo com o Modelo Dialogal de Plantin (2008, 2018), considerando os papéis actanciais do Proponente (discurso de proposição), do Oponente (discurso de oposição) e do Terceiro (discurso de dúvida). Analisando trechos de julgamento no STF, identificamos que, no <em>corpus</em> analisado, o Presidente atuou como um Terceiro <em>mediador</em>, exercendo, num primeiro momento, uma <em>mediação não intervencionista</em>, apenas observando o conflito, e, num segundo momento, uma <em>mediação intervencionista</em>, interferindo de modo a refutar um raciocínio que poderia ser prejudicial à imagem dos ministros perante a sociedade. Constatamos que o Presidente do STF atuou em prol do <em>ethos</em> coletivo dos ministros daquela Casa de justiça.</p> Tatiane Silva Figueiredo Rubens Damasceno-Morais ##submission.copyrightStatement## http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-23 2024-06-23 24 1 181 200 10.47369/eidea-24-1-4119