CULTURA DE PAZ E PROTEÇÃO DA COMUNIDADE LGBTQIA+ NA PERSPETIVA DO DIREITO ANTIDISCRIMINATÓRIO

Palavras-chave: Cultura de Paz. Dignidade da Pessoa Humana. Igualdade. Direito à Autodeterminação Pessoal. Direito à Diferença.

Resumo

De uma perspetiva individual e coletiva, o Direito Antidiscriminatório encontra-
se vinculado com a formulação constitucional de dignidade da pessoa humana. Qualquer

forma de discriminação viola tal princípio aglutinador e no qual se funda o ordenamento
jurídico e consubstancia uma dedução prática de um preconceito contra um determinado
grupo vulnerável, atribuindo a todos os membros do grupo caraterísticas negativas
comuns, desconsiderando a virtuosidades e méritos individuais daqueles que o integram,
colocando estes numa situação de segregação e subordinação social em relação ao grupo
dominante. Na fundamentação teórica do Direito Antidiscriminatório, acompanhando

Fernando Rey Martinez, observa-se, por conseguinte, duas dimensões: uma subjetivo-
individual que remete para a dignidade de pessoa humana; outra, objetivo-institucional,

que evidencia a situação social do grupo a que pertencem as pessoas discriminadas.
Identificam-se, assim, duas consequências imediatas: a primeira, promove a
discriminação por via da estigmatização daquilo que se afasta do padrão socialmente
normalizado; a segunda, reifica a reprodução cíclica de padrões normalizados,
determinando um “esforço acrescido” de (aparente) tolerância para com caraterísticas
diferenciadas que não são incorporadas ab initio no desenvolvimento social e cultural da
pessoa humana.

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Biografia do Autor

Patrícia Cardoso Dias

Professora Assistente Convidada na Universidade Autónoma de Lisboa “ Luís de Camões”, Investigadora
do Ratio Legis [Projeto: Cultura de Paz e Democracia]; L.L.M. Universidade Autónoma de Lisboa “Luís
de Camões”; Professora Convidada no ISPA – Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Ciência ID:
DE1B-C26C-6EA3; ORCID ID: 0000-0002-8564-8839, padias@autonoma.pt; O texto apresentado deriva
da comunicação realizada no âmbito do III Foro Jurídico Ibero Brasileiro, realizado nos dias 22 e 23 de
abril de 2024, na Faculdade de Ciências Jurídicas e do Trabalho da Universidade de Vigo, subordinado ao
tema "Inteligência artificial: regulação e direitos em uma perspectiva multidisciplinar”. A comunicação foi
apresentada no âmbito das atividades desenvolvidas no Centro de Investigação Ratio Legis em Estudos
relativos ao Direito Fundamental à Paz

Pedro Trovão do Rosário

Doutor em Direito e Professor Associado da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL), Investigador
Integrado do JUSGOV/UMinho - Centro de Investigação em Justiça e Governação (GLOB - Grupo de
Investigação: globalização, democracia e poder) e Investigador e Cocoordenador do Grupo de Investigação:
Cultura de Paz e Democracia do Ratio Legis/UAL - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Ciências
Jurídicas. E-mail: – prosario@autonoma.pt

Publicado
2024-11-19