Um olhar sobre os agudás: o Brasil na África e a África no Brasil em A casa da água, de Antonio Olinto
Resumo
O tráfi co escravista entre a África e as
Américas é tão infame quanto bem documentado.
Menos divulgado é o fato de que, ao longo do século
XIX, houve inúmeros casos de afro-brasileiros que
conseguiram tornar realidade o sonho de retorno
a sua pátria natal, lá formando comunidades de
“brasileiros”, que passaram a ser conhecidos, na
região do Golfo do Benin, como “agudás”. Este ensaio
centra-se na tematização dos agudás em A Casa da
Água, primeiro volume da trilogia A alma da África,
de Antonio Olinto, estudando a forma peculiar como
este registra não só a construção de uma certa África
no Brasil, como a de um Brasil na África, que vem a
existir, respectivamente, a partir da cultura dos negros
deslocados para o solo brasileiro pelo comércio negreiro
e da infl uência dos retornados, após anos de vivência
no Brasil. Inicialmente, apresentamos defi nição do
termo agudá, bem como resenhamos o contexto sóciohistórico
de desenvolvimento dessa identidade; após,
situamos, ainda que brevemente, o espaço ocupado
por Antonio Olinto na literatura brasileira que tematiza
o negro, passando a seguir ao ponto principal deste
estudo, ou seja, a análise da representação dos agudás
nesse romance de Antonio Olinto.
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