Poética do corpo a céu aberto. Movimento poetas na praça: cultura, trajetória e resistência
Resumo
O artigo tem como cenário o estado da Bahia, enfatizando a produção cultural literária entre 1970/85, período em que a Poesia Marginal adquiriu visibilidade em diversas regiões do país, inspirando o Movimento Poetas na Praça (MPP), na cidade de Salvador, em 1979. Os Marginais produziram uma literatura imbuída de vocabulário popular, privilegiando uma estética não tradicional e, em alguns casos, perpassada por uma linguagem pornográfica. Pode-se considerar que a poesia do MPP se revestiu de um caráter vivencial e até mesmo existencial em que hierarquização e convenções sociais foram questionadas. Os jovens poetas frequentavam as praças com cabelos grandes, vestidos de forma semelhante aos hippies ou usando poucas roupas, descalços ou com sandálias, faziam uso de palavrões, mas também declamavam poesias, falavam do feijão, da fome, da miséria, da injustiça e da censura. Pretende-se apontar aqui como a performance corporal deles estava aliada à declamação do poema, destacando, sobretudo, a exposição da sexualidade como elemento de oposição à moral. Esta pesquisa fundamenta-se em História oral, análise de poemas, fotografias e depoimentos dos poetas, assim como em matérias de jornais. O trabalho contribui para uma nova avaliação do cenário literário baiano, apresentando uma temática que, pouco pesquisada, é útil para a historiografia regional, pondo a Bahia como um cenário de atuação poética.Downloads
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