Representação feminina em Helena Parente Cunha: o umbral das convenções socioculturais

  • Lílian Lima

Resumo

Existe na narrativa de Helena Parente Cunha uma forte perscrutação da existência humana, com particular atenção às vivências femininas. Em meio a um rico universo de mulheres vivenciando as mais distintas situações, neste texto serão destacadas personagens que se veem entre a satisfação pessoal, transgredindo códigos e valores instituídos por uma sociedade de base patriarcal, e a conformação a lugares e papéis convencionados culturalmente para homens e mulheres. Para analisar os contos ‘A carta’, ‘Diferença de idade’, ‘Resposta’ e ‘Inesperada primavera’ sob esta perspectiva, tomar-se-á como ponto de partida o estabelecimento da Ordem do Pai, isto é, uma lógica sustentada no masculino, produtora de normas e discursos que sujeitam a todos, homens e mulheres, através de estudiosos como Lúcia Leiro, Antonio de Pádua Dias da Silva, Rosiska Darcy de Oliveira, entre outros. Inseridas em tal ordem, as personagens encontram-se em momentos de tensionamento, ruptura com os modelos vigentes, todavia, não se estabelecem no lugar da emancipação em decorrência da insegurança frente aos novos valores, da força castradora exercida pela ordem falocêntrica quando desestabilizada. Vaise notar que as personagens encontram-se no umbral das convenções socioculturais, estão divididas entre o porto seguro dos valores patriarcais e o desconhecido mar aberto de transgressão à Ordem do Pai.

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Publicado
2015-07-20
Como Citar
Lima, L. (2015). Representação feminina em Helena Parente Cunha: o umbral das convenções socioculturais. Litterata: Revista Do Centro De Estudos Hélio Simões, 1(1), 43-66. https://doi.org/10.36113/litterata.v1i1.532