JORGE MEDAUAR E A MELANCOLIA DA “CIVILIZAÇÃO CACAUEIRA”
Resumo
O escritor Jorge Medauar (1918-2003) inicia sua carreira como poeta nos anos
1940. Em 1958, estreia na prosa com o livro Água preta. Sua carreira exitosa de prosador
se estenderia até o final dos anos 1990, perfazendo mais de uma dezena de livros, prêmios
e reconhecimento da crítica. O ponto central de nossa análise é o deslocamento crítico que
o narrador realiza no conto “O apito” para as margens das relações de poder no contexto
sul-baiano, apresentando uma perspectiva melancólica frente aos discursos de
modernização conservadora ligados à “civilização cacaueira”. Embora tematize o mesmo
ambiente social, geográfico e político que conterrâneos canônicos como Adonias Filho e
Jorge Amado, o contista apresenta personagens complexos e periféricos que colocam
contrapontos aos pactos e disputas políticas ligadas à produção cacaueira e ao coronelismo.
A obra de Medauar abre possibilidades interessantes para se pensar o processo de
modernização conservadora na região e a própria função da literatura regional.
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