O poder da palavra e o insulto de gênero
Resumo
Este artigo visa a discutir a relação entre o insulto de identidade de gênero, principalmente relativo à homossexualidade, e o poder da palavra. Por meio de um enunciado emitido por torcedores de um time de futebol durante uma partida, resgatamos a definição de injúria como um ato de fala performativo, segundo Eribon (2008), Austin (1962) e Searle (1981, 1995), e a associamos ao conceito de interpelação do ponto de vista de Althusser (1985) e Butler (2001, 2004). Essas relações apontam para o fato de que a identidade de gênero funciona como um jogo de linguagem em que se pode ganhar ou perder, como diria Charaudeau (2001), e essas possibilidades estão na repetição das ações tanto discursivas como físicas. Com isso, a interpelação, por meio da injúria, seria um lance dessa jogada que impõe significações já interpretadas como negativas a um sujeito gendrado em um momento presente.
Downloads
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).