Traços da polifonia bakhtiniana no romance brasileiro: o tempo e o vento, de Erico Verissimo
Resumo
O objetivo do presente artigo é trabalhar com o conceito de polifonia proposto por Mikail Bakhtin em seu livro Problemas da Poética de Dostoievski e como esse conceito pode ser aplicado à terceira parte da obra O tempo e o vento, de Erico Verissimo, intitulada O Arquipélago. Bakhtin utiliza-se do conceito de polifonia para destacar uma contraposição entre o romance monofônico, também conhecido como tradicional, de uma forma peculiar de romance, onde cada personagem funciona como um ser autônomo, que cultiva sua própria visão de mundo e que não está submetido à visão de mundo do próprio autor. Para o teórico russo, o escritor tido como referência em se tratando de romance polifônico é Fiodor Dostoievski (1821-1881) que, segundo ele, foi o único capaz de alcançar a magnitude do significado do termo. O conceito de polifonia é, muitas vezes, confundido com outros termos da linguística como, por exemplo, o dialogismo, por isso, é necessária muita cautela na definição de um romance como sendo polifônico. Sendo assim, a presente investigação busca evidências que comprovem traços da polifonia bakhtiniana no grande romance de Erico Verissimo.Downloads
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