Sujeito dividido e argumentação
Efeitos das formações imaginárias no Ensino Fundamental
Resumo
O objetivo deste trabalho é analisar discursivamente como se dá a argumentação por parte de sujeitos-alunos do nono ano do ensino fundamental de uma escola pública, ao discursivizarem sobre o uso, ou não, do celular nas escolas. Adotamos o embasamento teórico da Análise do Discurso de linha francesa pêcheuxtiana e os estudos sobre a argumentação na perspectiva da AD que, para Pacífico (2016) é um direito humano; para Amossy (2016) mobiliza jogos de força e coloca em evidência a relação do discurso com o poder, e, para Piris (2016) não é um jogo de estratégias para persuadir. Foi possível constatar que a escola ainda é um espaço de interdição dos sentidos, posto que argumentar contra o sentido dominante, no caso da lei que proíbe o uso do celular na escola, nem sempre é possível para o sujeito-aluno, que produz imagens sobre o seu leitor.
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Referências
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