“Não se trata de convencer, mas de conviver”: a era pós-persuasão
Resumo
Este artigo analisa de maneira crítica a definição corrente dada à retórica argumentativa em sua relação com a persuasão, desde sua origem grega até a definição proposta no Tratado da Argumentação. O estudo adota uma perspectiva dialógica para compreender a argumentação e convida a se concentrar na variedade das situações de confronto das conclusões. Essa redefinição da argumentação implica que cada um dos discursos em oposição constitui um analista do outro, são gêmeos antagonistas. Dessa maneira, a argumentação constitui um espaço em que se desenvolvem discursos que trazem respostas contraditórias a uma questão controversa, definindo-se não mais como operadora de persuasão ou de consenso, mas como método de gestão das diferenças de opiniões e de representações. Por fim, o artigo conclui que a teoria das interações convida a observar, além da simples persuasão, fenômenos como a coconstrução das conclusões durante o encontro efetivo com o outro, bem como uma função fundamental da argumentação, que é dar nome aos conflitos, permitir a expressão e o aprofundamento das diferenças.
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