Ultrajantes, inevitáveis? Debatendo analogias históricas na cobertura do conflito israelo-palestino
Resumo
Este artigo explora o debate que envolveu o uso de analogias na cobertura do conflito israelo-palestino, analisando, em profundidade, dois “casos de analogias” baseados no corpus pesquisado no Lexis-Nexis: o caso de Auschwitz-Saramago, 2002, (55 artigos), e o caso de Apartheid-Carter, 2006-2010, (144 artigos). Usando a tripartição clássica Aristotélica de logos, ethos e pathos, o artigo se desdobra sobre a estrutura argumentativa de controvérsias. Carter e Saramago usaram a combinação do próprio status e a essência controversa de suas analogias para estimular um debate. Os comentaristas centraram muito mais no ethos (argumentos em torno da autoridade e do caráter dos autores) e no pathos e tenderam a ignorar o logos (a verdadeira importância da analogia). Opositores, que constituíam a maior parte dos comentaristas, consideravam as analogias um meio de transmitir e mobilizar julgamento contra um dos envolvidos no conflito (no nosso caso, Israel). Esta análise sugere que, apesar do apelo para um uso mais cauteloso das analogias discutidas (ou mesmo sua proibição), os participantes no debate sobre os conflitos israelo-palestinos são obrigados a recorrer a elas, ainda que apenas para condená-las.Downloads
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).