Rir para ruir: o cômico e o grotesco no quarto proibido da casa assassinada
Resumo
O presente trabalho se propõe a investigar a utilização do riso na prosa de Lúcio Cardoso. Criador de um universo ficcional de sombras e desespero, o escritor mineiro parece operar com a utilização do grotesco e do cômico para potencializar a própria densidade dos elementos dramáticos. Neste artigo, procederemos com uma leitura do personagem Timóteo, do romance Crônica da casa assassinada (1959), em paralelo às construções teóricas acerca do riso e do grotesco desenvolvidas por Henri Bergson, Pirandello, Freud e Wolfgang Kayser. Esperamos demonstrar, assim, de que forma o riso e o grotesco em Timóteo se impõem como um dispositivo corrosivo que visa desestabilizar uma ordem e uma moral vigentes no universo ficcional de Vila Velha, Minas Gerais.
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Referências
BERGSON, Henri. O riso. Rio de Janeiro: Zahar Editores. 1983.
CARDOSO, Lúcio. Crônica da casa assassinada. Edição crítica organizada por Mário Carelli. Madrid: ALLCA, 1997.
CARDOSO, Lúcio. Crônica da casa assassinada. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2000.
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PIRANDELLO, Luigi. O humorismo. In: GUINSBURG, Jacó (org.).
Pirandello do teatro no teatro. São Paulo: Editora Perspectiva, 1999.
PEREIRA, Victor Hugo Adler. Nelson Rodrigues e a obscena contemporânea. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1999.
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