Entre a narrativa histórica e a literária: ambiguidade e nacionalismo na representação dos jesuítas no romance histórico As minas de prata, de José de Alencar

  • Rafaela Mendes Mano Sanches
Palavras-chave: Romance histórico. Companhia de Jesus. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Ambivalência.

Resumo

Este trabalho objetiva estudar a ambiguidade representativa da Companhia de Jesus no romance histórico As Minas de Prata, cujo enredo relê criticamente a Instituição religiosa como intérprete do território colonial, detentora do poder religioso, e concorrente do poder político colonial. Entre o discurso histórico e literário, a obra ficcionaliza o discurso cronístico dos jesuítas e as práticas religiosas dos loiolanos no período seiscentista, apreendendo a duplicidade de suas funções que se revela entre as imagens do jesuíta missionário e do jesuíta político. Com efeito, a narrativa literária entra em processo dialógico com a narrativa histórica do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, conforme ambas buscam o lugar dos jesuítas e a tarefa que eles tomam na construção da nacionalidade brasileira. Estudaremos a ficcionalização da Companhia de Jesus no romance alencariano, a partir das apropriações e interpretações do discurso oficial do IHGB, buscando compreender como José de Alencar pensa a religião no seu romance As Minas de Prata, e como responde as demandas de sua época concernentes à figura polêmica dos loiolanos.

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Publicado
2016-11-11
Como Citar
Sanches, R. (2016). Entre a narrativa histórica e a literária: ambiguidade e nacionalismo na representação dos jesuítas no romance histórico As minas de prata, de José de Alencar. Litterata: Revista Do Centro De Estudos Hélio Simões, 6(1), 7-28. https://doi.org/10.36113/litterata.v6i1.1214