De ingênuo a crítico: O ethos de Armandinho em cena
Resumo
Todo orador, ao proferir um discurso, deixa transparecer, conforme os pressupostos de Aristóteles (2015), imagens de si. Além disso, revela suas qualidades, crenças e valores, os quais podem coincidir ou não com as expectativas do público que o escuta. Com base nisso, neste artigo pretendemos mostrar a construção e a alteração das imagens (ethé) de Armandinho, personagem-título da série de tiras, criado pelo desenhista Alexandre Beck. Entendemos que essa alteração, ocorrida ao longo dos anos, teve relevante contribuição para a longevidade do protagonista. Para isso, analisamos as produções disponíveis na fanpage de Armandinho no Facebook, dos períodos de 2013 a 2015 e de 2020 a 2022. O estudo fundamenta-se nas considerações de autores da Retórica e da Nova Retórica – caso de Aristóteles (2015), Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005), Meyer (2007), Eggs (2008), Fiorin (2022) e Ferreira (2019) –, que tratam especialmente sobre a noção de ethos.
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Referências
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