Apropriações da morte católica por africanos e seus descendentes no Rio de Janeiro setecentista
Abstract
Neste artigo, analiso como, no Rio de Janeiro do século XVIII, africanos, forros e seus descendentes se apropriaram de forma diferenciada das representações sobre a morte católica. Testamentos de membros do grupo em questão foram os que mais apresentaram uma concepção atemorizada da morte e do além túmulo, o que leva à hipótese de este fato estar relacionado à conjugação de dois fatores: as especifi cidades da catequese dos negros na sociedade colonial e a presença de elementos herdados das concepções africanas sobre a morte. Com esta hipótese, afasto-me de análises dicotômicas que compreendem tais representações como decorrentes de uma aceitação passiva ou da simples rejeição do catolicismo pelos testadores negros. Ao contrário, chamo a atenção para a necessidade de se considerar a complexidade dos processos históricos, especificamente no que diz respeito ao campo das religiosidades.
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