Da mímesis antiga à imitação dos antigos
Resumo
Iniciando-se por um breve panorama dos usos filosóficos do termo mímesis na Antiguidade grega e passando em seguida pela explicitação das mais freqüentes interpretações da noção de mímesis que a modernidade europeia acabou por tornar consagradas a partir do Renascimento italiano, o artigo se detém finalmente sobre o exemplo do classicismo alemão do século XVIII, com sua freqüente menção à dupla questão da mímesis antiga e da imitação dos antigos. Seu objetivo é mostrar que os artistas e intelectuais que viveram na Alemanha desse período não só adotaram a questão grega da mímesis – que nessa época já era considerada como concernente ao âmbito da teoria da arte – como também lançaram sobre ela uma nova luz. Em suma, o artigo pretende demonstrar que, partindo de problemas freqüentemente associados às análises estéticas, o classicismo alemão acabou por aplicar a noção de mímesis também ao âmbito da história da filosofia e da filosofia da história, utilizando-a como um instrumento para pensar a questão da herança histórica, em seu duplo aspecto de manutenção do passado e de superação da tradição.
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