Razão destranscendentalizada

  • Josué Cândido da Silva Universidade Estadual de Santa Cruz
Palavras-chave: Razão comunicativa, Habermas, Pragmatismo.

Resumo

Neste artigo discutimos o conceito de razão destrancendentalizada, de J. Habermas, que visa a dar uma resposta ao desafio pós-moderno de uma crítica total da razão sem contudo cair nas aporias da filosofia transcendental de Kant. Para tanto, Habermas lançará mão da virada pragmático-linguística da filosofia para elaborar os conceitos filosóficos de mundo da vida e ação comunicativa. Com eles, Habermas pretende construir um novo paradigma da razão, não mais a razão subjetiva da modernidade, mas uma razão intersubjetiva ancorada nas interações comunicativas que se desenvolvem em diferentes jogos de linguagem e formas de vida. A pluralidade dos jogos de linguagem, entretanto, não leva à polifonia da razão, pelo contrário, ela dá lugar ao acordo mútuo motivado pela busca de entendimento que é justamente o telos de toda argumentação. Assim, embora a razão seja destranscendentalizada, no sentido de não mais ser reivindicada como uma faculdade a priori, ela ainda assim guarda um caráter de validade universal, pois todo argumentante, em seus diferentes atos de fala, levanta pretensões de validade não contingentes e reconhecidas como legítimas pelos outros participantes do discurso.

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Publicado
2015-09-25
Como Citar
Silva, J. (2015). Razão destranscendentalizada. Especiaria: Cadernos De Ciências Humanas, 13(24). Recuperado de https://periodicos.uesc.br/index.php/especiaria/article/view/707