Quando a extensão universitária escuta: teatro e ação dialógica

Theater and Dialogical Action

Palavras-chave: Curricularização da extensão; Paulo Freire; Teatro político.

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão crítica sobre os sentidos da extensão universitária no contexto contemporâneo, a partir da análise dramatúrgica da peça O extensionista, do dramaturgo mexicano Felipe Santander. Tomando como referência o ensaio Extensão ou Comunicação?, de Paulo Freire, discute-se a transição de uma prática antidialógica, marcada pela imposição tecnocrática de saberes, para uma ação dialógica centrada na escuta, na colaboração e na valorização dos saberes populares. A trajetória da personagem Cruz Lopes, engenheiro-agrônomo recém-formado que vivencia uma transformação ética ao se aproximar da realidade camponesa, é interpretada como metáfora para os desafios da curricularização da extensão. O teatro, neste estudo, é mobilizado como lente crítica capaz de revelar os tensionamentos da relação universidade-sociedade. Os resultados apontam para a urgência de uma formação extensionista mais sensível, crítica e comprometida com a autonomia dos sujeitos e com a construção democrática do conhecimento.

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Biografia do Autor

Fernando Antônio Fontenele Leão, Universidade Federal do Sul da Bahia, Brasil

Doutor em Educação (UFC). Mestrado Interdisciplinar em Humanidades (UNILAB). Especialização em Cultura Popular, Arte e Educação do Campo. Graduado em Artes Cênicas (IFCE) e Licenciatura em Teatro (IFCE), Residência Agrária (UFCA).

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Publicado
2025-09-29
Como Citar
Leão, F. (2025). Quando a extensão universitária escuta: teatro e ação dialógica. Especiaria: Cadernos De Ciências Humanas, 22. https://doi.org/10.36113/especiaria.v22i0.4739
Seção
Artigos de Fluxo Contínuo