A União das Mulheres Cearenses: os feminismos vigiados na ditadura civil-militar brasileira

Palavras-chave: Ditadura civil-militar, Feminismos, União das Mulheres Cearenses, Vigilância

Resumo

O presente artigo buscou discutir os feminismos, no período da ditadura civil-militar, a partir da União das Mulheres Cearenses (UMC), que foi a primeira organização feminista do Ceará. O intuito foi debater o surgimento do movimento feminista, no Brasil, em meio ao governo de exceção instaurado no ano de 1964. Além disso, analisamos o controle e a vigilância, coordenados pelo Sistema Nacional de Informação (SNI), sobre
os grupos de mulheres formados nessa conjuntura com base em relatórios e dossiês, produzidos pelo órgão, esquadrinhamos a atuação dos militares, acerca do monitoramento realizado nos movimentos feministas, especificamente, na UMC. Desse modo, inferimos que o governo militar se dedicou a entender e investigar as organizações de mulheres, entre as décadas de 1970 e 1980, buscando interpretar suas ações, pautas de debate e possíveis ameaças à ditadura.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sarah Pinho Silva, Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil

Doutora em História pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atua nas áreas de violência política de gênero, feminismos e ditadura civil-militar brasileira. Integrante do Projeto de Pesquisa “Mandonas: memórias, políticas e feminismos no Cone Sul (1980-2020)”, financiado pelo CNPq, Processo nº 404662/2021-8.

Referências

ALVES, Maria Helena Moreira. Estado e Oposição no Brasil. (1964-1984). Petrópolis, RJ: Vozes, 1989.

BASTOS, Natalia de Souza. Elas por elas: trajetórias de uma geração de mulheres de esquerda. Brasil - anos 1960-1980. 2007. 138 f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-graduação em História, Universidade Federal Fluminense, 2007.

BIROLI, Flávia. O público e o privado. In: MIGUEL, Luis Felipe; BIROLI, Flávia (org.). Feminismo e política: uma introdução. São Paulo: Boitempo, 2014.

BORGES, Joana Vieira. Para além do “tornar-se”: ressonâncias das leituras feministas de o Segundo Sexo no Brasil. 2007. 137f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós- Graduação em História – Universidade Federal de Santa Catarina, 2007. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/.

BRASIL. Ato institucional nº 1, de 9 de abril de 1964.

DUARTE, Ana Rita Fonteles. Sob vigilância: os movimentos feministas brasileiros na visão dos órgãos de informação durante a ditadura (1970-1980). Anos 90. Porto Alegre, v. 26, 2019. DOI: https://doi.org/10.22456/1983-201X.90647.

DUARTE, Ana Rita Fonteles. Jogos da Memória: o Movimento Feminino pela Anistia no Ceará (1976-1979). Fortaleza: INESP, UFC, 2012.

DUARTE, Ana Rita Fonteles. Movimento Feminino pela Anistia: militância e afeto na luta política contra a ditadura militar brasileira. In: FAZENDO GÊNERO, 9. Universidade Federal de Santa Catarina. Anais [...]. Santa Catarina, 2010.

FICO, Carlos. Como eles agiam. Rio de Janeiro: Record, 2001.

GOLDBERG, Annete. Feminismo e Autoritarismo: a metamorfose de uma utopia de libertação em ideologia liberalizante. 1987. 217 f. (Dissertação de Mestrado). Instituto de Filosofia e Ciências Socias, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1987.

GONZÁLES, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

HEMMINGS, Clare. Contando estórias feministas. Revista Estudos Feministas, v. 17, n. 1, p. 215-241, 2009. DOI: https://doi. org/10.1590/S0104-026X2009000100012.

GIMENES, Cínthia Martins. Década das Mulheres na ONU e as perspectivas feministas do Sul Global. Revista De Iniciação Científica Em Relações Internacionais, v. 11, n. 22, p. 1–21. DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.2318-9452.2024v11n22.65676.

PEDRO, Joana Maria. Corpo, prazer e trabalho. In: PINSKY, Carla Bassanezi; PEDRO, Joana Maria (org). Nova História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2013, p. 238-259.

ROSEMBERG, Fúlvia. Mulheres educadas e a educação de mulheres. In: PINSKY, Carla Bassanezi; PEDRO, Joana Maria. (org). Nova História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2013.

VITORINO, Grace Trocolli. Feminismo e Pós-feminismo: a dupla tessitura das relações de gênero. 1994. 157f. Dissertação (Mestrado em Educação), Centro de Humanidades I, Universidade Federal do Ceará, 1994.

WOITOWICZ, Karina Janz; PEDRO, Joana Maria. Nas ruas e na imprensa: mulheres em movimento durante as ditaduras militares no Brasil e no Chile. In: PEDRO, Joana Maria; WOLFF, Cristina Scheibe; VEIGA, Ana Maria (org). Resistências, Gênero e Feminismos contra as ditaduras no Cone Sul. Santa Catarina: Mulheres, 2011.

Publicado
2025-03-28
Como Citar
Silva, S. (2025). A União das Mulheres Cearenses: os feminismos vigiados na ditadura civil-militar brasileira. Especiaria: Cadernos De Ciências Humanas, 22(1). https://doi.org/10.36113/especiaria.v22i1.4504
Seção
Dossiê Ditadura Militar 1964-1985: velhos e novos autoritarismos