“Choro e ninguém liga pra mim”: canções, cotidiano e violência em tempos de chumbo
Resumo
O presente artigo discute a memória em torno da sigla MPB e os limites em torno dessa, usando o repertório dos artistas taxados de "cafonas" nosso trabalho mostra o valor desse repertório para a cultura brasileira e para a classe trabalhadora, discutimos como esse vasto repertório narra situações do cotidiano dos grupos mais pobres do nosso país durante os anos da ditadura civil-militar e como narraram situações de violência empregada pelo governo dirigido pelos militares, que seguia uma lógica de guerra interna. As canções apresentadas são de autores diversos, como Waldick Soriano, Paulo Sérgio, Agnaldo Timóteo e Odair José. Cada um de sua própria forma cantou sobre o cotidiano ordinário dos trabalhadores, classe que sofreu bastante com o projeto político empreendido pelos militares.
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Referências
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