Educar as gerações netas: a urgência do fazer decolonial no ensino-aprendizagem de psicologia na formação de professoras/es

Palavras-chave: Psicologia; Decolonialidade; Psicologia decolonial; Formação docente; Fazer decolonial

Resumo

A psicologia brasileira, ao mesmo tempo em que é considerada um importante fundamento para a formação docente, possui uma profunda marca eurocêntrica-colonialista- racista. A partir deste intrincado problema, objetiva-se discutir a colonialidade no ensino-aprendizagem de psicologia na formação de professoras/es, buscando construir possibilidades para um fazer decolonial. Esta tarefa, porém, não se resume à alteração de conteúdos programáticos. Implica em três ações: questionamento do ensino centrado quase exclusivamente em concepções do sistema-mundo euro-estadunidense-moderno-colonial; incorporação de teorias e saberes periféricos;

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Biografia do Autor

Karina Pereira Pinto, Universidade Estadual de Santa Cruz, Brasil

Possui graduação em Psicologia (UERJ), mestrado em Psicologia Social (UERJ), doutorado em Educação: História, Política, Sociedade (PUC/SP). Professora da Área de Psicologia/Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Ilhéus, Bahia, Brasil. Coordenadora do projeto de pesquisa “Decolonialidade, ensino de Psicologia na formação de professorxs e produção de subjetividades”.

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Publicado
2024-09-23
Como Citar
Pinto, K. P. (2024). Educar as gerações netas: a urgência do fazer decolonial no ensino-aprendizagem de psicologia na formação de professoras/es. Especiaria: Cadernos De Ciências Humanas, 21. https://doi.org/10.36113/especiaria.v21i0.4362
Seção
Artigos de Fluxo Contínuo