Educação quilombola: saberes ancestrais e identidade cultural
Resumo
A educação quilombola é uma modalidade de educação do campo e é o resultado de lutas dos movimentos sociais, a agroecologia está inserida nessa modalidade de educação como forma de garantir a dignidade humana com preservação ambiental e valorização dos saberes ancestrais e preservação dos territórios. O objetivo dessa pesquisa é buscar um entendimento da relação entre saberes ancestrais e a educação quilombola como identidade cultural e de seus territórios. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica e documental tem caráter qualitativa, descritiva e exploratória. Os resultados apontam que a agroecologia e a permacultura promovem a preservação ambiental, a conservação das sementes crioulas e são fundamentos da educação quilombola que visa a preservação da identidade cultural e valorização dos saberes ancestrais de um povo historicamente marginalizado. Se conclui ainda que a luta do povo quilombola é aliar a educação no processo de luta contra o racismo em todas as suas formas, a preservação e o respeito às crenças e saberes ancestrais associados ao saber científico provendo a cidadania, e a educação emancipatória.
Downloads
Referências
AFONSO, G. B. “Astronomia indígena”. Anais da 61.ª Reunião Anual da SBPC, Manaus, jul. 2009.
ALTIERI, Miguel. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Editora da
UFRGS, 4ªed. – Porto Alegre, 2004.
ARROYO, Miguel G. A educação básica e o movimento social do campo. Por uma Educação
do Campo, org. Arroyo, Miguel G. et al, Petrópolis RJ: Vozes, 2007.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto n. 4.887, de 20 de novembro de 2003 regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Brasília, 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/d4887.htm Último acesso em 20 de abril de 2024.
BRASIL. Ministério da Educação. Educação do Campo: Marcos Legais. Parecer CNE/CEB
No 1 de 02 de fevereiro de 2006. Brasília, DF: SECADI, 2012. Disponível em: Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/pceb001_06.pdf Último acesso em 21 de abril de 2024.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LEI nº 9394/96. Brasília, 1996.
_______. Decreto nº 7.352, de 4 de novembro de 2010. Dispões sobre a Política de Educação
do Campo e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária. Diário Oficial da União.
BRASIL, Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Escolar Quilombola. Brasília, MEC/CEB,2012.
CALDART, R. S. Por uma educação do campo: traços de uma identidade em construção. In:
Educação do campo: identidade e políticas públicas- Caderno 4. Brasília: Articulação Nacional
“Por Uma Educação Do Campo”, 2004.
CALDART. Roseli Salate. In Dicionário da Educação do Campo. / Organizado por Roseli Salete Caldart, Isabel Brasil Pereira, Paulo Alentejano e Gaudêncio Frigotto. – Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012.In Dicionário da Educação do Campo. / Organizado por Roseli Salete Caldart, Isabel Brasil Pereira, Paulo Alentejano e Gaudêncio Frigotto. – Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica
de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012.
CARPENTIERE-PIPOLO, V. et al. Avaliação de cultivares de milho crioulo em sistema de baixo nível tecnológico. Acta Scientiarum: Agronomy, v. 32, n. 2, pp. 229-33, Maringá, 2010.
COORDENAÇÃO NACIONAL DE ARTICULAÇÃO DAS COMUNIDADES NEGRAS RURAIS QUILOMBOLAS (CONAQ). TERRA DE DIREITOS (orgs.). Racismo e violência contra quilombos no Brasil Curitiba: Conaq; Terra de Direitos, 2018. Disponível em: https://terradedireitos.org.br/uploads/arquivos/(final)-Racismo-e-Violencia-Quilombola_CONAQ_Terra-de-Direitos_FN_WEB.pdf Último acesso em 21 de abril de 2024.
CORREA, C. e WEID, J. M. Variedades crioulas na Lei de Sementes: avanços e impasses. Agriculturas, v. 3, n. 1, pp. 12-4, 2006.
FONSECA, O. M. et al. “Mitos e constelações indígenas, confeccionando um planetário de mão”. Anais de X Reunión de la Red de Popularización de La Ciencia y La Tecnología em América Latina y el Caribe (RED POP - UNESCO) y IV Taller “Ciencia, Comunicación y Sociedad”, San José, Costa Rica, maio 2007.
GARCÍA, M. C. Experiências brasileiras com sementes crioulas: relato de uma viagem (bio)diversa. Rio de Janeiro: PESAGRO - Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro, 2004.
GHEDIN, E. Educação do campo: epistemologia e práticas. São Paulo: Cortez, 2012.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
GOMES, Nilma, Lino et al. Identidade e Corporeidades Negras: Reflexões sobre uma experiência de formação de professores/as para a diversidade étnico-racial. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
GRAMSCI, Antônio. Selection from the prision notebook London: Lawrence and wishart,
GUIMARÃES, Valter S. Formação de professores: Saberes, identidade e profissão. Campinas: Papirus, 2009.
HALL, S. Quem precisa de identidade? In SILVA, T.T. et al. Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. 3 a. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.
IPOEMA – Instituto de Permacultura, Ecovilas e Meio Ambiente. Disponível em: https://ipoema.org.br/ Último acesso em 20 de abril de 2024.
LEFF, E. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 3.ed.
Petrópolis: Vozes, 2004.
LOBATO, Alicia. Entenda como o Governo Bolsonaro age para travar titulações de terras de quilombolas. Brasil de Fato, São Paulo, 10 mar. 2022. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2022/03/10/entenda-como-o-governo-bolsonaro-age-para-travar-a-titulacoes-de-terras-quilombolas Último acesso em 20 de abril de 2024.
MACHADO, L. C. P. Agrobiodiversidade. Em: CALDART, R. S. et al. (Eds.). Dicionário da
educação do campo. 2 a ed. São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/Fiocruz; Expressão Popular, 2012.
MOLINA, M. C. Educação do campo e o enfrentamento das tendências das atuais políticas
públicas. Viçosa: Educação e perspectiva, v.6, n.2, p. 378-400, jul/dez, 2015.
MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem Conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. In: Cadernos PENESB. Programa de Educação sobre o Negro na Sociedade Brasileira. Niterói, Rio de Janeiro, nº 5, p. 15-23, 2004.
QUEIROZ, J. B. P.; SILVA, V. C.; PACHECO, Z. Pedagogia da alternância: construindo a
educação do campo. Goiânia: UCG, 2006.
RIBEIRO. M. Movimento camponês, trabalho e educação - liberdade, autonomia, emancipação: princípios/fins da formação humana. 1 ed. São Paulo: Expressão Popular, 2010.
ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de Estágio e de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2020.
SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria L. O Brasil: Território e sociedade no início do século XXI. 10 a. ed., São Paulo/Rio de Janeiro: Record, 2010.
SANTOS. Arlete, Ramos dos. Educação do campo e agronegócio: território de disputas Educação em Revista, Marília, v.18, n.2, p. 71-90, jul. Dez., 2017.
SANTILLI, J. A Lei de Sementes brasileira e os seus impactos sobre a agrobiodiversidade e os sistemas agrícolas locais e tradicionais. Boletim Museu Paraense Emílio Goeldi – Cienc. Hum., v. 7, n. 2, pp. 457-75, Belém, maio-ago. 2012.
Copyright (c) 2024 Especiaria: Cadernos de Ciências Humanas
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons - Attribution 4.0 International que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).