Educação quilombola: saberes ancestrais e identidade cultural

Palavras-chave: Ancestralidade; Dignidade humana; Territorialidade.

Resumo

A educação quilombola é uma modalidade de educação do campo e é o resultado de lutas dos movimentos sociais, a agroecologia está inserida nessa modalidade de educação como forma de garantir a dignidade humana com preservação ambiental e valorização dos saberes ancestrais e preservação dos territórios. O objetivo dessa pesquisa é buscar um entendimento da relação entre saberes ancestrais e a educação quilombola como identidade cultural e de seus territórios. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica e documental tem caráter qualitativa, descritiva e exploratória. Os resultados apontam que a agroecologia e a permacultura promovem a preservação ambiental, a conservação das sementes crioulas e são fundamentos da educação quilombola que visa a preservação da identidade cultural e valorização dos saberes ancestrais de um povo historicamente marginalizado. Se conclui ainda que a luta do povo quilombola é aliar a educação no processo de luta contra o racismo em todas as suas formas, a preservação e o respeito às crenças e saberes ancestrais associados ao saber científico provendo a cidadania, e a educação emancipatória.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Débora Costa do Nascimento Mascarenhas, Secretaria de Educação da Bahia, Brasil
Ana Débora Costa do Nascimento Mascarenhas é Mestre em educação, professora da SEC/BA.
Arlete Ramos dos Santos, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Brasil
Arlete Ramos dos Santos é Doutora em Educação, professora adjunta (UESB/UESC).
Paulo Sérgio Monteiro Mascarenhas, Secretaria de Educação da Bahia, Brasil
Paulo Sérgio Monteiro Mascarenhas é Mestre em Conservação do Solo, professor da SEC/BA.        

Referências

AFONSO, G. B. Astronomia indígena. Anais da 61.ª Reunião Anual da SBPC, Manaus, jul. 2009.

ALTIERI, M. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. 4. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.

ARROYO, M. G. A educação básica e o movimento social do campo. In: ARROYO, M. G. et al. Por uma Educação do Campo. Petrópolis RJ: Vozes, 2007.

BRASIL. Decreto n.º 4.887, de 20 de novembro de 2003. Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Brasília: Presidência da República, 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/d4887.htm. Acesso em: 20 abr. 2024.

BRASIL. Educação do Campo: Marcos Legais. Parecer CNE/CEB n. 1 de 02 de fevereiro de 2006. Brasília, DF: SECADI, 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/pceb001_06.pdf. Acesso em: 21 abr. 2024.

BRASIL. Lei n.º 9394/96. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Palácio do Planalto, 1996.

BRASIL. Decreto n.º 7.352, de 4 de novembro de 2010. Dispõe sobre a Política de Educação do Campo e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária. Brasília: Palácio do Planalto, 2010.

BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Escolar Quilombola. Brasília, MEC/CEB, 2012.

CALDART, R. S. Por uma educação do campo: traços de uma identidade em construção. In: Educação do campo: identidade e políticas públicas. Caderno 4. Brasília: Articulação Nacional “Por Uma Educação Do Campo”, 2004.

CALDART, R. S.; PEREIRA, Isabel Brasil; ALENTEJANO, Paulo; FRIGOTTO, Gaudêncio. Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012.

CARPENTIERE-PIPOLO, V. et al. Avaliação de cultivares de milho crioulo em sistema de baixo nível tecnológico. Acta Scientiarum: Agronomy, v. 32, n. 2, p. 229-33, Maringá, 2010.

COORDENAÇÃO NACIONAL DE ARTICULAÇÃO DAS COMUNIDADES NEGRAS RURAIS QUILOMBOLAS (CONAQ); TERRA DE DIREITOS (orgs.). Racismo e violência contra quilombos no Brasil. Curitiba: Conaq; Terra de Direitos, 2018. Disponível em: https://terradedireitos.org.br/uploads/arquivos/(final)-Racismo-e-Violencia-Quilombola_CONAQ_Terra-de-Direitos_FN_WEB.pdf. Acesso em: 21 abr. 2024.

CORREA, C.; WEID, J. M. Variedades crioulas na Lei de Sementes: avanços e impasses. Agriculturas, v. 3, n. 1, p. 12-4, 2006.

FONSECA, O. M. et al. Mitos e constelações indígenas, confeccionando um planetário de mão. Anais de X Reunión de la Red de Popularización de La Ciencia y La Tecnología em América Latina y el Caribe (RED POP - UNESCO) y IV Taller “Ciencia, Comunicación y Sociedad”, San José, Costa Rica, maio 2007.

GARCÍA, M. C. Experiências brasileiras com sementes crioulas: relato de uma viagem (bio)diversa. Rio de Janeiro: PESAGRO - Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro, 2004.

GHEDIN, E. Educação do campo: epistemologia e práticas. São Paulo: Cortez, 2012.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

GOMES, N. L. et al. Identidade e Corporeidades Negras: Reflexões sobre uma experiência de formação de professores/as para a diversidade étnico-racial. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

GRAMSCI, A. Selection from the prision notebook. London: Lawrence and wishart.

GUIMARÃES, V. S. Formação de professores: Saberes, identidade e profissão. Campinas: Papirus, 2009.

HALL, S. Quem precisa de identidade? In: SILVA, T.T. et al. Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.

IPOEMA – Instituto de Permacultura, Ecovilas e Meio Ambiente. Disponível em: https://ipoema.org.br/. Acesso em: 20 abr. 2024.

LEFF, E. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.

LOBATO, A. Entenda como o Governo Bolsonaro age para travar titulações de terras de quilombolas. Brasil de Fato, São Paulo, 10 mar. 2022. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2022/03/10/entenda-como-o-governo-bolsonaro-age-para-travar-a-titulacoes-de-terras-quilombolas. Acesso em: 20 abr. 2024.

MACHADO, L. C. P. Agrobiodiversidade. In: CALDART, R. S. et al. (Eds.). Dicionário da educação do campo. 2. ed. São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/Fiocruz; Expressão Popular, 2012.

MOLINA, M. C. Educação do campo e o enfrentamento das tendências das atuais políticas públicas. Viçosa: Educação e perspectiva, v.6, n.2, p. 378-400, jul/dez, 2015.

MUNANGA, K. Uma abordagem Conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. Cadernos PENESB. Programa de Educação sobre o Negro na Sociedade Brasileira. Niterói, Rio de Janeiro, n. 5, p. 15-23, 2004.

QUEIROZ, J. B. P.; SILVA, V. C.; PACHECO, Z. Pedagogia da alternância: construindo a educação do campo. Goiânia: UCG, 2006.

RIBEIRO. M. Movimento camponês, trabalho e educação - liberdade, autonomia, emancipação: princípios/fins da formação humana. São Paulo: Expressão Popular, 2010.

ROESCH, S. M. A. Projetos de Estágio e de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2020.

SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: Território e sociedade no início do século XXI. 10 a. ed., São Paulo/Rio de Janeiro: Record, 2010.

SANTOS. A. R. Educação do campo e agronegócio: território de disputas. Educação em Revista, Marília, v.18, n.2, p. 71-90, jul. Dez., 2017.

SANTILLI, J. A Lei de Sementes brasileira e os seus impactos sobre a agrobiodiversidade e os sistemas agrícolas locais e tradicionais. Boletim Museu Paraense Emílio Goeldi – Cienc. Hum., v. 7, n. 2, pp. 457-75, Belém, maio-ago. 2012.

Publicado
2024-06-17
Como Citar
Débora Costa do Nascimento Mascarenhas, A., Ramos dos Santos, A., & Mascarenhas, P. (2024). Educação quilombola: saberes ancestrais e identidade cultural. Especiaria: Cadernos De Ciências Humanas, 21. https://doi.org/10.36113/especiaria.v21i0.4196
Seção
Dossiê: Desafios e Perspectivas da Educação do Campo, Quilombola e Indígena