A estética pré-rafaelita em “Melancolia” de Lars Von Trier
Resumo
Melancolia (2011), filme de Lars von Trier, é uma ampliação do tradicional enredo sci-fi, pois se alicerça mais em uma investigação estética do comportamento humano frente ao extermínio e menos na promessa do progresso racionalista e tecnológico. Desse modo, o filme parece se apresentar como uma chave esteticamente crítica do fracasso desse ideal. A narrativa, enraizada no choque entre a Terra e um misterioso planeta chamado Melancolia, faz paródias significativas de obras pré-rafaelitas. Desse modo, este artigo deseja elencar os múltiplos momentos intertextuais elaborados por Trier, assim como analisar os efeitos de sentido advindos da intertextualidade que se mostra pilar da forma cinematográfica de Melancolia. Para tanto, a investigação se alicerça nos pressupostos de Julia Kristeva (1974) sobre intertextualidade, de Linda Hutcheon (1989) sobre paródia e Mario Praz (1982) sobre comparação interartística. Ao invocar uma estética pré-rafaelita, Trier convoca igualmente sua filosofia de retorno, de paródia pictórica e literária, enfatizando a necessidade de se combater concepções mecânicas e estéreis sobre o humano por meio da linguagem interartística.
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Referências
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