A dinâmica da paisagem quilombola a partir dos sítios históricos e relações dos afrodescendentes da comunidade de Galeão, na ilha de Tinharé, Bahia: uma abordagem interdisciplinar entre arqueologia, história e etnografia

  • Fabio Guaraldo Almeida

Resumo

Desde uma abordagem interdisciplinar típica da ciência arqueológica, o presente artigo pensa sobre a temporalidade da paisagem quilombola na Ilha de Tinharé, localizada no município de Cairú, estado da Bahia, através dos referenciais dos moradores locais. Entre as unidades de análise da pesquisa, a paisagem é importante para localizar e contextualizar a cultura material desta população afrodescendente e seus referenciais históricos. Para tanto, os dados da pesquisa etnográfica realizada junto a comunidade quilombola de Galeão (situada na ilha de Tinharé), foram relacionadas as informações levantadas na documentação histórica e bibliográfica, possibilitando o mapeamento dos sítios arqueológicos que compõe a atual paisagem quilombola da ilha de Tinharé, incluindo os antigos quilombos. Quanto ao processo histórico de formação dessa paisagem, o artigo apresenta uma dinâmica própria da diáspora. Para além do pensamento de relações polarizadas e de aspectos de controle – entre senhor/escravos, dominador/dominado, casa grande/senzala –, a dinâmica paisagem quilombola da ilha foi formada por redes de solidariedade, relações econômicas e ações cotidianas, onde circulavam comunidades de africanos e afrodescendentes formadas por escravos, forros, homens livres pobres e quilombolas, configurada como um verdadeiro “campo negro” (GOMES, 1995).

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Publicado
2019-12-10