Índios escravizados na Bahia setecentista: apenas uma questão de terminologia
Resumo
A existência da escravização dos povos indígenas é alvo de muitas discussões nos meios acadêmicos. Durante muito tempo foi propagado pela historiografia que os índios foram pouco escravizados, pois não se adaptariam ao trabalho sistemático das lavouras. Porém, nos últimos anos, os historiadores vêm apontando para o equívoco dessas noções. Na Bahia setecentista, os homens da fronteira formaram aldeias particulares com o objetivo de se tornarem senhores escravocratas, um dos principais meios para ocupar um lugar de destaque na hierárquica sociedade do Antigo Regime. A formação desses núcleos erigiu da precisão de mão de obra para abastecer os pequenos, médios e grandes proprietários do Recôncavo. Com dificuldade de acessar o mercado de escravos africanos, utilizando a força de trabalho indígena, parece estar claro que a escravização dos negros da terra era uma das principais motivações para o deslocamento dos homens do litoral para o sertão.
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