O conhecimento (Co-nascer) dos entes a partir das palavras ou sobre a relação ontológica entre as palavras e os entes
Resumo
O presente artigo pretende refletir sobre a relação ontológica entre as palavras e os entes no pensamento de Heidegger. Essa relação é legitimada a partir da assertiva heideggeriana: “A linguagem é a casa do ser”. Dizer que a linguagem é a casa do ser implica em aquiescer que tudo o que é, somente pode sê-lo à medida que pode ser dito. Nesse sentido, a palavra seria aquilo que ilumina o ser de ente. Todavia, para garantir que cada ente seja, precisamente, aquilo o que ele é, faz-se necessário que o mesmo seja iluminado por uma palavra apropriada e competente que, somente dessa maneira, poderia sustenta-lo. A nomeação dos entes não é, por conseguinte, mera convenção entregue ao arbítrio do homem. Sendo assim, urge o questionamento: de que modo articulam-se, ontologicamente, os entes e as palavras? Como o homem pode conhecer o ser do ente ou, o que é o mesmo, de que modo o homem pode conhecer a palavra que o nomeia e, assim a conhecendo, nomeá-lo, convoca-lo, de modo a permitir-lhe fazer-se visível? A discussão exigirá que se pense o fenômeno do conhecimento desde uma dimensão mais radical, onde conhecimento diz respeito a uma experiência arcaica a partir de onde eclodem – co-nascem – tanto o ente que requisita, a partir de uma palavra, um sentido para ganhar mundo, como também o ente que acolhe essa requisição, dizendo-o, nomeando-o. A cadência ou modo desse co-nascimento é regido por aquilo que Heidegger denomina de Ereignis – acontecimento-apropriativo.
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