Nietzsche como decisão: a interpretação de Heidegger da sentença nietzschiana “Deus está morto”

  • José Roberto da Silva

Resumo

O objetivo do presente artigo é mostrar a interpretação heideggeriana de Nietzsche, considerando que Heidegger, mesmo acusando Nietzsche de metafísico, apropria-se, em parte, do seu pensamento. Esta apropriação dá-se mediante a questão do tempo. Há na obra de Heidegger indícios de que Nietzsche, e o seu conceito temporal de devir, enquanto assunção do que advém, o influencia no desenvolvimento do conceito de temporalidade enquanto horizonte essencial da existência humana. Isto se acena quando Nietzsche, através de seu anúncio da “morte de Deus”, denuncia a metafísica como niilista, quer dizer, como uma forma de pensar ressentida contra o tempo. No conceito nietzschiano de vontade de potência, Heidegger autoriza o mesmo como devir. Porém, entendemos que este devir seja finito, não da ordem atemporal, como apregoa Heidegger. Assim, Heidegger critica a forma que Nietzsche entende o tempo, mas desenvolve seu pensamento a partir da relação essencial que há entre a metafísica e o tempo anunciada pelo pensamento nietzscheano.

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Biografia do Autor

José Roberto da Silva

Professor adjunto da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) - Campus Sertão

Publicado
2018-09-26
Como Citar
Silva, J. (2018). Nietzsche como decisão: a interpretação de Heidegger da sentença nietzschiana “Deus está morto”. Especiaria: Cadernos De Ciências Humanas, 18(32), 159-173. https://doi.org/10.36113/especiaria.v18i32.2245
Seção
Artigos de Fluxo Contínuo