ELIMINAÇÃO OU SALVAÇÃO: apontamentos a respeito dos Ensaios sobre população de Thomas Malthus

Palavras-chave: teodiceia, mente, progresso

Resumo

Este artigo discute os preconceitos gerais envolvidos na leitura do princípio malthusiano como um argumento em favor da eliminação do mais fraco. Argumenta-se que os mal-entendidos em torno dessa ideia atribuem uma postura univocamente pessimista a Malthus, seja negligenciando tanto seu credo religioso na infinita bondade da Deidade e na salvação irrestrita da humanidade, seja negligenciando sua crença no desenvolvimento mental enquanto analogia do trabalho divino na Terra. Conclui-se que a leitura atenta desses dois componentes permite interpretar o princípio malthusiano da população como um princípio de desacordo, e não defesa, do sofrimento perpétuo humano, e como indução à melhoria individual e ao progresso social em geral.

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Biografia do Autor

Gustavo Romero, IE/Unicamp - Unifaveni

Cursando doutorado em desenvolvimento econômico, com ênfase em história do pensamento econômico, no Instituto de Economia da UNICAMP (2022 - atual). Mestre em Desenvolvimento Econômico (2019) e bacharel em Economia (2008) pelo Instituto de Economia da UNICAMP. Especialista em administração de empresas pela FGV (2011). Licenciado em História pela Uninter (2024). Dedica-se a pesquisas na áreas de Economia Política, História do Pensamento Econômico, História Econômica. teoria econômica, ensino de História, ensino de Economia e pedagogia. Entusiasta da prática científica desde a Educação Básica, participa ativamente como avaliador em feiras, simpósio e congressos voltados à popularização da ciência em todos os níveis escolares. Experiência com educação de jovens e e adultos (EJA). Trabalha com ensino corporativo e com elaboração de materiais didáticos (escritos e audiovisuais) para cursos EaD. Atua como docente em nível superior, no eixo de negócios e humanidades. Atualmente, é professor e coordenador dos cursos de Ciências Econômicas e Comércio exterior no Centro Universitário Faveni - Unifaveni.

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Publicado
2024-12-30