A (NÃO) REPRESENTAÇÃO DAS LÍNGUAS DA AMÉRICA LATINA NO MERCOSUL
Resumo
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um importante bloco tanto no cenário internacional quanto na região da América Latina. Apesar de ter surgido por pretensões econômicas, a influência do Bloco perpassa a dimensão linguística. Considerando que o Mercosul possuí três línguas oficiais (português, espanhol e guarani), este trabalho pretende analisar como essas línguas são representadas dentro de quatro âmbitos do Bloco, isto é, nos documentos fundacionais, no Conselho do Mercado Comum (CMC), no Parlamento do Mercosul (PARLASUL) e na Reunião de Altas Autoridades sobre Direitos Humanos (RAADH). A partir da análise composta por textos oficiais, como atas, decretos e normativas, disponíveis nos sites oficiais do Mercosul, foi averiguado que o espanhol é a língua que predomina nos textos, seguido do português e do guarani – este não está presente em nenhum texto analisado. Apesar do Bloco indicar, em seus textos formais, um tom de garantia quanto à presença das línguas oficiais, o resultado da pesquisa acusou a predominância do espanhol, possivelmente pela priorização do princípio de territorialidade (WILLIAMS, 2012), tendo em vista que três dos quatro países membros são hispanofalantes. Além disso, constatou-se que o Mercosul destina poucos esforços institucionais para a diminuição das assimetrias linguísticas dentro do Bloco.
Palavras-chave: Mercosul. Português. Espanhol. Guarani. Documentos oficiais.
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