CAMINHANDO E CONVERSANDO
itinerários literários e turismo literário em KwaZulu-Natal, África do Sul
Resumo
KwaZulu-Natal é uma província na costa oriental da África do Sul, culturalmente rica, que oferece uma ampla gama de escritores negros e brancos, masculinos e femininos, que escrevem principalmente em inglês e isiZulu, e que estão ligados a esta região através das suas vidas e das suas obras. Entre estes, e para mencionar apenas alguns, encontram-se Alan Paton, Roy Campbell, Lewis Nkosi, Sita Gandhi, Wilbur Smith, Daphne Rooke e Gcina Mhlophe. E qual a melhor maneira de entender um escritor do que conhecer os lugares a que está vinculado? Por exemplo, quem, depois de ler as frases líricas de abertura do famoso livro de Paton, Cry, the beloved country (1948) – “Há uma estrada encantadora que vai de Ixopo até às colinas. Estas colinas estão cobertas de erva e ondulam, e são lindas para além de qualquer forma de as cantar” – não quis ver esse cenário / essa paisagem na realidade? Os itinerários literários são uma forma de levar as pessoas a caminhar e falar sobre livros. Oito desses itinerários foram construídos em KwaZulu-Natal pelo projeto de investigação KZN Literary Tourism (www.literarytourism.co.za) e este artigo aborda o fenómeno do itinerário literário como uma parte proeminente do turismo literário, usando esses itinerários como exemplos do que pode ser feito para promover a “caminhada e a conversa” sobre livros. Na “Introdução” a McNulty & Stiebel (2017) encontra-se o enquadramento teórico bem como a ilustração prática do itinerário literário, tal como o entendemos neste trabalho. Esta é também uma maneira de refletir sobre as identidades históricas e contemporâneas num cenário cultural e político sul-africano em transformação.