Velhice institucionalizada: avaliação da prática do cuidado sob a óptica dos profissionais do asilo
Resumo
O envelhecimento populacional brasileiro é fato irreversível, considerando o aumento do número de idosos no País, em torno de 11,3% da população brasileira, estimada em 191,8 milhões de pessoas4. As mudanças demográficas têm provocado impactos sociais importantes em diferentes dimensões da vida, alcançando a configuração familiar, tonando-a núcleo mais restrito. Essas mudanças somadas à desestruturação da vida financeira das famílias culminam com a institucionalização do idoso. Buscando avaliar como está sendo desenvolvida a prática do cuidado aos idosos em um abrigo de um município baiano, bem como identificar fatores limitantes, ou não, à realização de uma adequada assistência, este estudo tem caráter qualitativo-descritivo, realizado com onze cuidadores de idosos, a maioria do sexo feminino, com
idades variando entre 25 e 55 anos, cujo tempo médio de trabalho no local é de cinco anos, atuando como técnico de enfermagem, auxiliar de serviços gerais ou auxiliar de cozinha. Dizem gostar do que fazem e confessam que o tipo de trabalho deve ser pautado na atenção, no diálogo e carinho, uma vez que muitos idosos são abandonados pelas famílias e têm baixa autoestima. Consideram relevante a experiência no cuidado com os idosos, por se constituir em aprendizado para as próprias vidas. Assinalam fatores facilitadores na prática do cuidado como convivência com a equipe, relação saudável com os idosos e com a direção, entre outros. A maioria, no entanto, necessita de qualificação na área geriátrica/ gerontológica para o exercício da assistência aos idosos.