A percepção do Agente Comunitário de Saúde (ACS) como sujeito transformador na assistência domiciliar aos idosos
Resumo
A Assistência Domiciliar (AD) ocupa um lugar significativo nas políticas públicas voltadas ao envelhecimento da população, sendo legitimada através de instrumentos legais inseridos na prática cotidiana das unidades de saúde. O Agente Comunitário de Saúde (ACS), membro da equipe de saúde da atenção primária, representa o elo de proximidade desta com as famílias da comunidade adscrita, imprimindo significativa importância ao cuidado dispensado ao idoso da comunidade. Este estudo buscou identificar a percepção do ACS em relação à AD, quanto à formação da equipe, limitações/facilidades para o seu desenvolvimento, modalidades utilizadas e do que consistem. É um estudo descritivo, qualitativo, realizado junto a profissionais das unidades de saúde com e sem Estratégia de Saúde da Família, em dois municípios do sul da Bahia, utilizando-se de entrevista estruturada para a coleta dos dados. Treze questões foram formuladas e analisadas 96 entrevistas com o ACS. As dificuldades assinaladas referem-se à falta de materiais (para 44,79% dos entrevistados), enquanto as facilidades circunscrevem-se à receptividade da população (46,88% dos entrevistados). Quanto às modalidades assinaladas, a visita e a consulta domiciliar foram realçadas por 78,13% deles. O ACS pontua a importância da sua participação no trabalho em domicílio, destacando a precariedade do sistema de saúde para a efetivação dessa modalidade de assistência, sendo realizada muito mais pela motivação pessoal e receptividade comunitária.