As demandas da doença de Alzhaimer sobre a estrutura familiar

  • Otávio Cruz Macedo
  • Joelma B. Tebaldi Pinto

Resumo

A Doença de Alzheimer (DA) é considerada também um problema da família, considerando que não afeta apenas o idoso, mas toda a estrutura familiar, levando-a a modificações na rotina, na dinâmica e nas relações, a depender do estágio da doença em que se encontra o portador. Conhecer as relações familiares, as estratégias de convivência e as respostas das famílias aos diferentes estágios da doença são a proposta deste estudo. A amostra foi constituída de 21 famílias que têm idosos com Alzheimer, selecionados com base no universo de idosos vinculados ao Programa Estadual de Medicação de Alto Custo (PEMAC), em Itabuna, Bahia, com utilização de entrevista estruturada. Constatou-se que os diferentes estágios da doença determinam às famílias adequação nas estratégias de convivência, no ambiente domiciliar e nas relações estabelecidas entre os familiares. Essas alterações ocorrem em três esferas (financeira, ambiental e humana) e já acontecem desde o estágio inicial, acentuando-se a partir do segundo e terceiro estágios. Isto tem implicado em comprometimentos importantes para as famílias, que precisam adaptar o interior das residências, absorver despesas que excedem os rendimentos dos doentes (quando têm), ou incorporá-las totalmente como custos adicionais, recorrendo a outros familiares para pedir ajuda, além da saída prematura do mercado de trabalho (ou redução da carga horária) de membros da família para envolver-se com o doente de Alzheimer, situações que reconfiguram a dinâmica das famílias, deixando-as fragilizadas e vulneráveis à doença.

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Publicado
2014-08-25
Seção
Artigos