Decomposição do diferencial de rendimentos entre trabalhadores formais e informais na região sul do Brasil

  • Leandro Batista Duarte UFPE
  • Andrei de Lima e Silva UFPE

Resumo

Níveis diferenciados de reprodução do capital e regulação institucional efetiva condicionam a configuração do mercado de trabalho em cada região do país. Esse contexto de disparidades socioeconômicas abre espaço para análise comparada da informalidade no mercado de trabalho da região Sul do Brasil, com o objetivo de analisar os diferenciais de rendimentos entre os setores da formalidade e informalidade. Para isso, foi utilizada a equação minceriana estimada pelo método de regressão quantílica, apresentado por Koenker e Basset (1978) com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2013. Também foi utilizada a decomposição Oaxaca-Blinder quantílica para perceber as diferenças de rendimentos verificadas entre trabalhadores formais e informais, o que indica a ocorrência de segmentação. Nos resultados obtidos, particularmente para os indivíduos do setor formal quanto para os informais, notou-se a relevância da variável educação como importante determinante para o rendimento do trabalho, isto é, quanto maior o ano de estudo maior o rendimento. Verificou-se também que os trabalhadores mais prejudicados por tal segmentação foram aqueles com menores rendimentos, situados na base da distribuição.

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Biografia do Autor

Leandro Batista Duarte, UFPE

Professor do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas (DCIS) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Doutorando em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mestre em Economia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Graduação em Economia pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

Andrei de Lima e Silva, UFPE

Professor da Universidade Federal de Roraima – UFRR. Doutorando em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.

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Publicado
2019-12-09