Notas etnográficos sobre o envelhecimento na região da cidade de São Paulo

  • Monique Borba Cerqueira
  • Manuela de Resende Botelho Rizzaro Pucci
  • Joyce Bernardo
  • Bianca Dias Amaral
  • Rodrigo Marcinkevicius Saltão
  • Karen Cristina Martinelli da Silva
  • Laura Castelo Branco Silveira

Resumo

Ao supervalorizar a jovialidade, a sociedade contemporânea transforma a velhice em problema social e adota a perspectiva do anti-envelhecimento como contraponto à inutilidade, um dos estereótipos mais associados a esta fase da vida. A fala dos velhos sobre si, seus anseios e necessidades nem sempre coincidem com os novos discursos das políticas socias, com as formas de captura e os rótulos que se abatem sobre eles — “melhor idade”, “terceira idade”, “idoso ativo”, “idoso produtivo”, etc. A vida, o ser e o fazer cotidianos, subvertem os modelos que tentam homogeneizar todo um segmento geracional, não permitindo simplesmente que se viva a experiência de ser velho. Este artigo apresenta um breve mosaico de situações e acontecimentos sobre como é ser velho na cidade de São Paulo — difi culdades, alegrias e surpresas. Trata-se de pensar o envelhecer sem ocultar ou negar o que está implícito nesta fase da vida, adotando, porém, uma perspectiva avessa a uma moral do envelhecimento perversa que injeta permanentemente “novas verdades” e preconceitos na base das relações sociais. Este trabalho é um estudo etnográfico de caráter exploratório que pretendeu percorrer parte da região central do município de São Paulo em busca do reconhecimento de diferentes modos de interação entre o velho e a cidade. Assim, objetivou-se dar visibilidade aos diferentes lugares sociais ocupados pelos velhos, focalizando o cotidiano urbano de homens e mulheres em distintas esferas da vida social..

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Publicado
2014-08-05
Seção
Artigos