Viver e morrer entre humanos e orixás: a finitude humana em terreiros de candomblé

  • Ruy do Carmo Póvoas

Resumo

O texto objetiva abordar a questão da finitude sob a ótica dos integrantes de terreiro de candomblé. Toma-se o modelo mitológico vivenciado por tais comunidades, estabelecendo- se um confronto com os valores da sociedade mais ampla, no que diz respeito ao modo de interpretar e vivenciar a finitude. Partindo-se de conceitos abordados por Spinoza e Heidegger, aborda-se o sentido para a finitude construído pela civilização ocidental, num cotejo com o modo com que o fiel do candomblé entende tal limite do humano. As questões relativas à arquetipologia são tomadas a partir do entendimento que tem Jung sobre conceituação. O participante de terreiros constrói sua identidade a partir de concepções que englobam sua relação com forças da Natureza, sua ancestralidade e a crença de que, ao findar a existência sobre a terra, o Aiyê, ele parte para o universo paralelo, o Orun. Também entende que o nascer é uma questão de ajoelhar-se e escolher a cabeça, sob o testemunho de Orumilá. Tal entendimento implica um outro modo de lidar com a finitude que, não raro, se choca com valores da sociedade mais ampla.

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Publicado
2014-08-13
Seção
Artigos