Aproximações visuais e poéticas nas descrições epifânicas da obra Retrato do artista quando jovem, de James Joyce

Resumo

A partir de uma discussão teórica sobre os limites da literatura e das artes visuais ao longo da história, este artigo apresente uma análise de como as descrições epifânicas são representadas na obra Retrato do Artista Quando Jovem, de James Joyce, tendo em vista que a técnica literária que mais se aproxima das artes visuais é a descrição. Neste trabalho são analisadas as cinco principais descrições epifânicas do romance, que se encontram no fim de cada um dos cinco capítulos. Conclui-se que a aliteração e a sinestesia, além de metáforas e adjetivos de âmbito sensorial, que remetem a sons, cores e odores, são recursos linguísticos usados para aproximar a literatura e as artes visuais. Nas descrições epifânicas da obra, observa-se uma sinergia entre texto e imagem para construir realidades e percepções. Tais figuras de linguagem transcendem o objeto pela palavra, expandindo as fronteiras das duas artes.