A fruição nos novos museus
Resumo
Para caracterizar o modo usual de percepção da arte nas grandes exposições e nos “novos museus”, dos anos 1980 aos anos 2000 o texto confronta as concepções de fruição artística de Paul Valéry, Walter Benjamin, Theodor Adorno, e Jean Baudrillard, entre outros. Examina a importância crescente adquirida pela arquitetura desses museus nesse período, ao ponto dela própria ser considerada pelo público e parte da crítica como obra de arte, e não apenas como construções, no sentido tradicional, destinadas a abrigar acervos. Constata ainda em que medida os novos museus teriam realizado o projeto moderno de estetização da vida uma vez que nele tudo aparece como “estético”: sua arquitetura escultural; a exposição de suas obras em montagens cenográficas e a própria sociabilidade de seu interior. Por fim, verifica como o fruidor e o crítico que resistem à generalização do estético podem contribuir para preservar, nesse contexto, a experiência da negatividade da arte.